PUBLICIDADE

Saúde mental é uma das grandes barreiras do empreendedorismo

Empreender exige atenção em detalhes que podem custar até sua saúde.

18 fev 2022 - 04h00
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: Reprodução

Você tinha o sonho de ser seu próprio chefe e quando começou a empreender percebeu que fazer tudo sozinho e ter tantas responsabilidades dá um trabalho maior que o esperado?

Bem-vindo ao mundo do empreendedorismo.

Nele você não tem chefes, mas tem clientes de quem você segue dependendo e agora o trabalho de equipe vai depender de você ter uma equipe e saber gerenciá-la ou precisar correr com tudo sozinho.

Seja um grande negócio ou uma empreitada solo, empreender gera muitos desafios, mas hoje nosso foco está no que é psicológico. Na sobrecarga dessa fase que coloca o profissional em dúvida se vai dar certo, se o mês vai fechar no azul, se ele é bom mesmo e também gera preocupação com o financeiro da vida pessoal. Tudo isso pode desestabilizar bastante e fazer com que esse sonho pareça menos atrativo que lá atrás.

A saúde mental pode ser despriorizada pelo acúmulo de funções, mas se eu puder te dar um conselho é: arrume tempo.

O empreendedor e suas prioridades: a saúde mental:

Nem tudo conectado a tocar um negócio envolve dinheiro, se a cabeça não está boa, a tendência é que prospere menos. Pode parecer que trabalhar 18 horas por dia sem pausas de autocuidado, pra maximizar as oportunidades de venda e melhorar os processos, vai fazer seu negócio crescer, mas, na verdade, o esgotamento físico e mental vão atrapalhá-lo em algum momento o e desestabilizar sua rotina e empresa.

A perda de convívio com amigos e familiares também pesam, além das noites mal dormidas, das contas no vermelho e do cansaço físico e mental. A falta de tempo é o grande inimigo do empreendedor, que tem sim que focar em seu lado Pessoa Jurídica, mas jamais esquecendo de cuidar de si como Pessoa Física.

É você Pessoa Física que fará seu negócio nascer, crescer e se manter, então priorize-se!

Como essa ainda é uma coluna sobre educação financeira, vou te dar algumas dicas que podem ajudar na organização das contas, caso essa seja uma questão que está tomando parte do seu tempo.

Primeiro tire um dia para fazer o levantamento de todas as despesas de pessoais, tudo que foi pago no mês passado com débito, crédito, Pix, boletos etc.

Depois repita para Pessoa Jurídica, mas em espaços diferentes. Esse é o momento em que você passa a separar as contas e as despesas. Um exemplo pra ajudar: você é cabeleireiro e compra muitos produtos pra usar no salão, mas também uns cremes pra você mesmo, então separe quanto gastou com você e coloque junto das despesas da casa e o que será usado no salão, vai para os gastos de PJ.

Depois analise as entradas (ainda estamos falando sobre o mês passado) e veja quanto disso sobrou depois de pagar todas as despesas da empresa. Essa sobra, que seria seu salário, deve ser suficiente pra pagar as despesas PF, se não foi, essas despesas precisam ser readequadas e talvez as despesas da empresa devam ser também.

Agora é hora de projetar as despesas e receitas de PF e PJ que você imagina para os próximos meses e também colocar uma meta pra reduzir os gastos, item a item.

Dentro desse orçamento, precisamos entender que uma das despesas de uma empresa é o pagamento de salários, inclusive do dono dela, esse salário se chama prolabore e assim que você tiver organizado as contas, ele deve fazer parte das despesas PJ. E claro, ser cumprido! 

Afinal, se você tem um funcionário cujo salário é de R$ 2.000,00, não é porque ele gastou muito com roupas esse mês, que ele poderá escolher receber a mais, certo? Então, lembrando que você também é um funcionário da sua empresa, não deve fazer retiradas do caixa, e sim fixar um salário que seja viável para as retiradas da empresa e suficiente para suas contas pessoais.

Assim reforço a importância de fazer um levantamento das despesas do mês passado e uma projeção dos meses seguintes, sem isso você não vai conseguir estipular os valores corretos e pode correr o risco de se esforçar muito no trabalho, mas consumir desnecessariamente a receita, por falta de organização e planejamento.

Por fim, lembre-se que as finanças, a economia, o dinheiro em si e como fazemos a gestão dele, é algo muito mais relacionado a nosso bem estar, felicidade, necessidades, desejos, meio em que vivemos e ao comportamento geral. E muito menos sobre números estáticos numa planilha ou fatura de cartão.

Por isso reveja sua rotina, direcione sua atenção ao que verdadeiramente faz diferença e priorize-se, você é a pessoa mais importante de sua empresa!

(*) Mari Ferreira é especialista em educação financeira, consultora, palestrante, criadora de conteúdo e autora do livro “Tostão Furado: Do Zero à Liberdade Financeira”.

Homework Homework
Compartilhar
Publicidade
Publicidade