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Presidente do conselho da Nissan é preso no Japão

19 nov 2018 - 14h48
(atualizado às 14h51)
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Nascido no Brasil, Carlos Ghosn é investigado por supostas violações financeiras, incluindo declaração de renda inferior à real. Executivo seria um dos arquitetos de uma série de abusos cometidos na empresa.O presidente do conselho de administração da Nissan, Carlos Ghosn, foi preso nesta segunda-feira (19/11) em Tóquio por supostas irregularidades em suas finanças pessoais e má conduta, anunciou a empresa.

Carlos Ghosn está na Nissan há 19 anos
Carlos Ghosn está na Nissan há 19 anos
Foto: DW / Deutsche Welle

Nascido no Brasil, descendente de libaneses e cidadão francês, Ghosn também é executivo-chefe da aliança formada por Nissan, Renault e Mitsubishi Motors, uma das maiores fabricantes de veículos do mundo.

O executivo, de 64 anos, foi interrogado na capital japonesa como parte de uma investigação por violações financeiras, iniciada após eles supostamente declarar uma renda inferior à real.

Segundo nota da Nissan, Ghosn estava sendo investigado há vários meses por "má conduta", assim como outro alto executivo do grupo, Greg Kelly. As violações cometidas por Ghosn envolveriam milhões de dólares. A Nissan disse estar fornecendo informações e cooperando com as autoridades.

"A investigação demonstrou que, durante muitos anos, tanto Ghosn como Kelly declararam valores de compensação [financeira] em seu relatório à Bolsa de Tóquio que eram menores que os números reais", diz a nota.

Devido às denúncias, a direção do grupo Nissan disse que vai propor ao conselho de administração que "destitua sem demora" Ghosn e Kelly de suas atuais funções. O conselho deve votar sobre o assunto nesta quinta-feira.

O CEO da empresa, Hiroto Saikawa, definiu os dois executivos como os arquitetos de uma série de supostos abusos cometidos na empresa.

Segundo Saikawa, três principais tipos de má conduta foram identificados, incluindo declaração de renda inferior à rela, uso de fundos de investimentos para lucro pessoal e uso ilícito de bens da companhia.

Na Nissan há 19 anos, Ghosn assinou um novo contrato neste ano que iria até 2022. Sua remuneração, alta para os padrões japoneses, tem sido questionada há anos. De acordo com emissoras japonesas, a empresa pagou a Ghosn quase 10 bilhões de yens (89 milhões de dólares) durante cinco anos, mas apenas 5 bilhões de yens (44 milhões de dólares) foram declarados.

Ao mesmo tempo, Ghosn é tido como responsável por reerguer a Nissan nas últimas duas décadas, após a empresa japonesa quase ir à falência.

LPF/efe/ap

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