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Petróleo fecha em baixa, com cenário negativo para demanda e Opep

26 nov 2020 - 17h44
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quinta-feira, 26, após o barril ter sustentado grandes altas nos últimos dias, chegado aos maiores níveis desde março. Em dia de baixa liquidez devido ao feriado de Ação de Graças nos EUA, a expectativa de uma retomada econômica por uma vacina contra a covid-19 deu lugar à cautela, diante da reimposição de medidas de restrição em alguns países. A reunião da próxima semana da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tem grande atenção, com especulações sobre a manutenção de cortes na produção.

O Brent para janeiro encerrou as negociações com recuo de 1,66% (US$ 0,81) na Intercontinental Exchange (ICE), cotado a US$ 47,80 o barril. No pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para janeiro foi negociado a US$ 44,99, em baixa de 1,58%.

O ING avalia que o petróleo reflete os "fundamentos mais fracos no curto prazo". "Embora as vacinas possam ser lançadas mais cedo do que o esperado, é improvável que estejam amplamente disponíveis por mais alguns meses, portanto, o quadro da demanda provavelmente permanecerá fraco", aponta o banco, que espera fragilidade até o primeiro trimestre de 2021.

Já pelo lado da oferta, Abu Dhabi anunciou descobertas que ampliaram suas reservas, enquanto há planos para aumentar sua capacidade de produção em 25%, segundo a Capital Economics. "Há rumores de que os Emirados Árabes Unidos estão considerando deixar a Opep. Os rumores foram negados, mas há sinais de que o compromisso do país com o cartel pode estar diminuindo", conclui a consultoria.

Visando a reunião da Opep na próxima semana, o "grupo estaria mais aberto manter cortes se os preços estivessem em torno do nível de US$ 40 o barril, no entanto, com o Brent se aproximando de US$ 50, pode haver oposição", avalia o ING. O Iraque, o segundo maior produtor da Opep, "já deixou claro que não está satisfeito com o nível de cortes", conclui o banco.

Para o ING, a manutenção dos cortes por três meses já teria sido precificada pelo mercado, sendo um movimento esperado, mas qualquer decisão diferente disso deve mexer com os mercados na próxima semana.

Estadão
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