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Para sua viagem

De Patópolis a Macau: conheça a história da moeda pataca

22 jan 2013 - 07h13
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Com um clima semitropical e temperaturas amenas durante o ano, o brasileiro que decidir viajar a Macau poderá se sentir em casa. Apesar de ser uma região administrativa especial da China, a região ainda carrega traços da colonização portuguesa, que durou até 1999. Pelas ruas, a herança lusófona está em praças, avenidas e pontos históricos - reza a lenda que Luís de Camões escreveu pelo menos parte de

Região administrativa especial da China desde 1999, Macau ainda conserva traços da colonização portuguesa e do ocidentalismo
Região administrativa especial da China desde 1999, Macau ainda conserva traços da colonização portuguesa e do ocidentalismo
Foto: Shutterstock
Os Lusíadas

refugiado em uma gruta, conhecida hoje como Gruta de Camões. Além disso, mesmo após a reintegração ao território chinês, Macau preservou certa independência em termos jurídicos (a legislação portuguesa convive com a chinesa), políticos e econômicos. A exemplo de Hong Kong, outra região administrativa especial do país, Macau manteve governantes próprios e uma moeda independente - a pataca.

Isso mesmo, o dinheiro macauense tem o mesmo nome da moeda corrente de Patópolis - onde vivia Tio Patinhas, o personagem sovina dos quadrinhos da Disney. Pataca também já foi título para a primeira série oficial de moedas de prata no Brasil, que circulou entre 1695 e 1834. Em Macau, a pataca circula em notas de 10, 20, 50, 100, 500 e 1.000, enquanto as moedas têm valores entre 0,10 e 10. Em relação à moeda brasileira, uma pataca equivale a R$ 0,25 (conforme cotação do Banco Central de 17 de janeiro deste ano). Ela é mais desvalorizada do que o yuan e tem cotação e fluidez parecidas com o dólar de Hong Kong.

Fruto do princípio de "um país, dois sistemas", Macau tem regras de comércio diferenciadas. No acordo estabelecido com Portugal (com validade de 50 anos renováveis), a China comprometeu-se em manter a autonomia do sistema social e fiscal da região, bem como dos negócios e da economia. "Não está no horizonte da China integrar a moeda de Macau ao yuan. Essa diferença entre o continente e as duas regiões administrativas especiais é um experimento pelo qual a China pretende mostrar ao mundo que os dois sistemas podem conviver em harmonia", analisa o presidente do Instituto Brasileiro de Estudos de China, Ásia e Pacífico (Ibecap), Severino Cabral. Tanto é que nada mudou: Macau continua a ser capitalista, guiada pelo livre comércio e com um mercado independente. Lá, a renda per capita chega a US$ 65.550 para uma população de 555.700 (dados do Banco Mundial referentes a 2011).

No ano passado, Macau recebeu cerca de 13,5 milhões de turistas, a maior parte provavelmente em busca dos grandes cassinos. Em 2012, a região superou Las Vegas em receitas oriundas dos jogos de azar e se consolidou como polo mundial dessa prática. Os brasileiros que decidirem visitar a região não precisam de visto: basta apresentar o passaporte na chegada para obter permisão de permanência por 90 dias. Para a viagem, o melhor é levar alguns dólares em espécie e trocar por patacas ou dólar de Hong Kong, as duas moedas que circulam e são aceitas em estabelecimentos locais.

Mesmo que Macau tenha sido reintegrado, a China ainda pretende manter e explorar as características ocidentais da região. "Macau não mudou sua feição. É um polo turístico e de negócios. Agora, o governo chinês busca desenvolver características próprias da região para que continue a ter sucesso", observa a professora de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Danielly Ramos Becard. Entre os aspectos conservados está a língua oficial: o português. Trata-se de outra herança colonial que poderia facilitar a vida dos brasileiros, não fosse o pequeno número de habitantes que realmente domina o idioma. Boa parte da população local dá preferência ao cantonês, dialeto da língua chinesa. Há ainda quem fale o mandarim.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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