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Fiat dá férias para 2 mil em fábrica de Betim por 20 dias

Queda nas vendas fez empresa tomar a quarta medida de ajuste de produção no ano; medida atinge 2 mil trabalhadores

6 mai 2015 - 20h14
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A Fiat concederá férias coletivas de 20 dias a 2 mil metalúrgicos de sua fábrica em Betim (MG) a partir da próxima segunda feira (12), informou a empresa nesta quarta-feira. Esta é a quarta medida de ajuste de produção tomada neste ano diante da queda de vendas do mercado brasileiro.

Fábrica da Fiat em Betim tem 19 mil trabalhadores
Fábrica da Fiat em Betim tem 19 mil trabalhadores
Foto: Divulgação

A fábrica tem cerca de 19 mil funcionários e já havia feito paradas técnicas nos feriados da Páscoa e Tiradentes, após passar por um período de férias coletivas mais cedo neste ano.

O volume de carros que deixarão de ser produzidos durante a parada parcial não foi informado pela empresa. Segundo o sindicato dos metalúrgicos de Betim, a fábrica trabalha atualmente com ritmo de produção de 2.400 carros por dia e o período de férias pode representar um corte de 500 veículos ao dia. A fábrica produz desde modelos mais básicos, como o Mille, como utilitários, hatchs e sedãs mais sofisticados.

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A decisão da Fiat ocorre depois que a Volkswagen paralisou na segunda-feira sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP) por 10 dias, concedendo férias coletivas para 8 mil de 13 mil metalúrgicos da unidade, segundo o sindicato local.

"Vivemos uma grande problema não só em Minas mas também nas montadoras de São Paulo e do Brasil. Estamos preocupados porque são férias atrás de férias e em algum momento, se nada for feito pelo governo federal, isso tem um limite e pode se transformar em demissões", disse o presidente do sindicato de Betim, João Alves de Almeida.

Na véspera, a associação de concessionários de veículos Fenabrave divulgou que as vendas de veículos novos no País despencou mais de 25% em abril ante o mesmo período do ano passado.

O momento difícil da indústria automotiva contribui para o desempenho ruim da indústria nacional em 2015. Com peso de 10% na pesquisa industrial mensal e repercussão sobre as cadeias de peças, partes, borracha, plástico e químicos, o segmento de veículos automotores acumula perda ao longo de seis meses de 19,4%, de acordo com o IBGE.

"Esse é um setor de peso e de muito encadeamento. O comportamento do setor de veículos carrega outros setores. Os padrões de estoque estão elevados, as empresas tentam adequar sua produção à demanda e por isso há impacto sobre os trabalhadores", disse o economista do IBGE, André Macedo.

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