8 dúvidas comuns sobre micro franquia: especialista responde

Muitos visitantes da maior feira de franquias do Brasil, a ABF Franchising Expo, que acontecerá em São Paulo entre os dias 25 e 28 de junho, no pavilhão de exposições Expo Center Norte, procuram por micro franquias, negócios com investimento, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), no valor máximo de até três vezes o PIB anual médio por habitante no país, que a entidade calcula em até R$ 135 mil.

Ainda conforme a ABF, realizadora do evento, existem mais de 600 marcas que oferecem opções de baixo investimento, em todos os setores: de alimentação a prestadoras de serviços variados, há segmentos para todos os perfis de investidores.

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Caroline Olim, advogada especializada em franchising e varejo, sócia do NPMP – Novoa Prado Maciel Pinheiro Advogados, participa das atividades promovidas pelo Comitê de Micro Franquias da ABF, um grupo de profissionais que estuda o comportamento e as estratégias desse setor. Segundo ela, as micro franquias evoluem em tecnologia, suporte ao franqueado e modelo de negócios, ano a ano, e são uma boa opção não só para quem tem um valor mais baixo de investimento, mas também para quem quer crescer no segmento de micro franquias, como multifranqueado. 

“São situações distintas e é preciso entendê-las bem: o empreendedor pode começar com um valor baixo e se manter trabalhando sozinho; pode iniciar com a micro franquia e agregar pessoas ao negócio, fazendo-o crescer; ou pode ter várias micro franquias. Tudo dependerá da estratégia de negócio ou do desenvolvimento dele”, diz.

Para que fique mais claro, Olim aponta algumas características das micro franquias:

1. O que são micro franquias? São franquias de baixo investimento, com valor máximo de R$ 135 mil, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

2. Micro franquias precisam de ponto comercial? Boa parte das micro franquias é home based, ou seja, negócios para serem operados a partir da casa do franqueado. Esse formato reduz custos de investimento e operacionais. Mas existem micro franquias que precisam de pontos comerciais, como os quiosques de bijuterias, salgados, doces, acessórios para celulares, entre outros.

3. Micro franquias exigem funcionários? Existem micro franquias que podem ser operadas apenas pelo franqueado, como as de agências de viagens e corretoras de imóveis e seguros, por exemplo. Outras, como as de limpeza residencial e comercial e as instaladas em shoppings, precisam de funcionários, devido ao modelo de trabalho e à carga horária estendida.

4. Que competência ajuda o franqueado a ter um bom desempenho com uma micro franquia? Cada franqueadora determina o perfil ideal de seu franqueado. Mas uma característica que se repete em todas elas é que o franqueado precisa ter um forte perfil comercial para a maioria das micro franquias. 

“Para empreender, é desejável que se tenha um bom perfil comercial, já que estamos falando da realização de negócios. No caso das micro franquias, especialmente das prestadoras de serviços e daquelas que fazem vendas a partir de home based, o franqueado conquistará seus clientes. Imagine um franqueado de minimercado que não consegue captar um condomínio para implantar sua franquia por não ter perfil comercial, como obterá sucesso? Então, pessoas sem aptidão de relacionamento precisam pensar duas vezes antes de empreender”, alerta a advogada.

5. As micro franquias oferecem um bom faturamento? Em relação ao faturamento das micro franquias, o investidor precisa ponderar fatores como proporção ao valor investido e capacidade de atendimento. 

“Costumamos dizer que o faturamento é proporcional ao investimento, mas não limitado a ele. O franqueado que tem um baixo investimento, mas conta com uma equipe de trabalho pode alcançar um faturamento maior que aquele que não tem esse apoio”, comenta Olim.

6. As micro franquias oferecem treinamento? Quem investe em uma micro franquia deverá receber a transferência de know-how adequada para sua operação. É preciso entender que uma franqueadora que oferece micro franquias é uma franqueadora – tanto quanto aquela que oferece negócios milionários. 

“Ambas seguem a lei 13.966/19, que rege o sistema de franchising no Brasil, e o franqueador tem obrigações impostas pela lei. Os micro franqueados, claro, têm seus deveres e direitos assegurados pela legislação e pelos documentos pertinentes ao sistema, como a Circular de Oferta de Franquia (COF), o Contrato de Franquia e os contratos acessórios”, elucida a advogada. Já os treinamentos posteriores à transferência de know-how inicial variarão conforme o contrato de cada marca.

7. Como é o suporte oferecido pelas micro franquias? O suporte ao franqueado é outra questão que pode parecer menor nas micro franquias – mas não deve ser assim. Quem compra uma franquia está em busca de replicar um modelo de sucesso, que já foi testado. Para isso, pagará taxas recorrentes à franqueadora, detentora da marca, que lhe prestará suporte. 

“A lei de franquias não obriga a franqueadora a prestar suporte ao franqueado, mas determina que a franqueadora diga, em sua documentação, se oferece suporte e como ele é feito”, explica a advogada. 

No caso das micro franquias home based, o suporte pode ser limitado pela característica do negócio, mas as franqueadoras desenvolvem ferramentas de capacitação do franqueado cada vez mais eficazes. 

“Como o franqueador não consegue prestar suporte o franqueado in loco, porque não pode mandar um consultor à casa dele, oferta suporte por videochamada, treinamentos on-line e, recentemente, a inteligência artificial vem sendo utilizada, em forma de chatbots para esclarecimento de dúvidas, por exemplo. A tecnologia pode ajudar e aproximar o franqueado da franqueadora”, fala.

8. É possível ter várias micro franquias ao mesmo tempo? A forma como o franqueado amplia seu faturamento com a micro franquia varia conforme o tipo de negócio, o contrato da marca ou à estratégia do próprio empreendedor. 

“Há franqueados que têm apenas um contrato de micro franquia, mas vários colaboradores, que cobrem uma grande área de atuação. Outros, também com a ajuda de colaboradores, têm contratos para explorar algumas áreas. O que se sabe é que ganha mais quem tem a chance de ampliar sua atuação, com mais pessoas trabalhando sob sua coordenação. Não são todas as franqueadoras que permitem que o franqueado tenha várias unidades ou amplie sua atuação e isso precisa ser verificado antes da aquisição do negócio. É importante, então, que o interessado leve a Circular de Oferta de Franquia – COF, na qual há um modelo do contrato, para que um advogado especializado em franchising esclareça suas dúvidas antes que ele assine o contrato”, finaliza Caroline Olim.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.