Mão de obra especializada pressiona custo da construção
As despesas de empresas de construção civil subiram mais que a inflação pelo terceiro ano seguido, pressionadas neste ano principalmente pelos valores pagos a profissionais especializados. O Índice Nacional de Custo da Construção do Mercado (INCC-M) registrou alta de 7,23% em 2012, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Dos três principais componentes do indicador, o que mais influenciou a alta foi a mão de obra.
A variação foi a maior desde 2009, embora os dois anos anteriores tenham apresentado alta parecida (7,27% em 2011 e 7,52% em 2010). Nos três períodos o salto foi maior que o registrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ¿ 15 (IPCA-15), divulgado nesta semana pelo IBGE: 5,79% em 2010, 6,56% em 2011 e 5,78% em 2012. Em 2009, em que a economia brasileira sofreu o baque da crise financeira dos Estados Unidos, o INCC-M ficou abaixo não só do patamar de 7% (3,21%) como da inflação (4,18%).
"Ao se observar os índices de 2008 a 2012, é visível: 2008 teve uma variação muito maior que o normal ¿ mais de 11% - enquanto 2009 tem uma queda abrupta ¿ para 3,21%, quando a economia está quebrada. Com o reaquecimento, a gente tem uma certa estabilidade", comenta o vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, José Dutra Vieira Sobrinho.
"Os índices de 2010, 2011 e 2012 são muito parecidos, porque foram anos de aumento na construção civil", afirma. "E isso se reflete na procura por mão de obra especializada e qualificada, o que aumenta os salários nessa área."De fato, os custos do setor com mão de obra subiram 9,55% este ano. Os gastos com mão de obra de especialista aumentaram ainda mais (10,76%).
