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Lula diz ter sugerido a Trump prisão de Ricardo Magro, dono da Refit

Segundo presidente, empresário que vive nos EUA está entre 'os grandes chefes do crime organizado' no Brasil; Magro não foi citado nominalmente, e empresa nega irregularidades

9 dez 2025 - 13h21
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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 9, ter dito ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, como parte da cooperação para combater o crime organizado, o país deveria prender um "portador de combustível fóssil" que vive em Miami, referência ao empresário Ricardo Magro, dono da Refinaria de Manguinhos e controlador do Grupo Refit. O petista não citou o nome de Magro.

Lula relatou ter telefonado a Trump para discutir cooperação no combate ao crime organizado e encaminhar, no mesmo dia, uma proposta brasileira nessa área. Segundo ele, o empresário está entre "os grandes chefes do crime organizado do País", e teve cinco navios apreendidos pela Receita Federal. "Se quer ajudar, vamos ajudar prendendo logo esse aí", afirmou.

O Grupo Refit é apontado como o maior devedor de ICMS em São Paulo e um dos maiores no Rio de Janeiro e na União, além de alvo de investigações por prejuízos bilionários aos cofres públicos.

Em novembro, a juíza Márcia Mayumi Okoda Oshiro, da 2.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo, classificou Magro como "líder" e "figura central" de uma suposta organização criminosa para sonegação bilionária de tributos.

A empresa afirmou que "todos os tributos estão devidamente declarados, não havendo que se falar em sonegação" (leia mais abaixo).

Empresário e ex-advogado, Ricardo Andrade Magro é responsável pelo Grupo Refit (nome fantasia da Refinaria de Manguinhos), alvo de uma megaoperação da Polícia Civil de São Paulo, da Receita Federal e do Ministério Público no mês passado.

Endereços ligados à família de Magro foram alvos de busca e apreensão. O empresário não estava no Brasil.

A Refinaria de Manguinhos entrou no radar das autoridades após a deflagração da Operação Carbono Oculto, em agosto deste ano. As autoridades investigam se o combustível da Refit abasteceria redes de postos de gasolina controladas pelo PCC. Em outubro, a Receita Federal apreendeu dois navios com carga que ia para Manguinhos.

Ricardo Magro ganhou destaque no noticiário de negócios em 2008, quando comprou a Refinaria de Manguinhos. Em recuperação judicial, ela foi rebatizada de Refit, e já enfrentava processos de cobranças de impostos e investigação do Ministério Público. O empresário também atuou como advogado do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Republicanos-RJ) — de quem é amigo.

Não é de hoje que o nome de Magro está relacionado a denúncias de evasão fiscal na gestão da refinaria. Ele também já esteve envolvido em supostas compras de decisões judiciais na Justiça paulista e apareceu na lista dos brasileiros que mantém offshores em paraísos fiscais. Em 2016, chegou a ser preso por suspeita de lesar o fundo de pensão Postalis. Também foi alvo de investigações da Polícia Federal.

O que diz a Refit

Sobre a Operação Poço de Lobato, que investigou a empresa no mês passado, a Refit afirmou que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, que serviram como base para a operação, estão sendo questionados pela companhia judicialmente — "exatamente como fazem inúmeras empresas brasileiras que divergem de uma cobrança tributária, incluindo a própria Petrobras, maior devedora do Estado do Rio de Janeiro".

"Trata-se, portanto, de uma disputa jurídica legítima e não de qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos. Todos os tributos estão devidamente declarados, portanto, não havendo que se falar em sonegação. É lamentável que as autoridades constituídas permitam ser levadas a erro pelo cartel das distribuidoras personificado no Instituto Combustível Legal", afirmou a empresa, em nota.

Estadão
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