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Lula diz que há rebelião dos mais ricos por causa da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

Presidente falou durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026

1 jul 2025 - 13h15
(atualizado às 15h32)
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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cerimônia de Lançamento do Plano Safra 2025/2026, no Palácio do Planalto. Brasília
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cerimônia de Lançamento do Plano Safra 2025/2026, no Palácio do Planalto. Brasília
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 1, que há uma "rebelião dos mais ricos por causa do PL da isenção do IR" para quem ganha até R$ 5 mil. Segundo ele, seu governo quer diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito aos outros.

"Ninguém está querendo tirar nada de ninguém. Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito aos outros. É só isso que queremos", afirmou o petista na cerimônia de lançamento do Plano Safra 2025/2026, no Palácio do Planalto.

Na semana passada, o governo sofreu uma das maiares derrotas do terceiro mandato de Lula com a derrubada do decreto que eleva o IOF. Nesta terça-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou no STF para manter a cobrança com o argumento de que o Congresso não poderia derrubar a medida.

Indústria do lobby

No discurso de hoje, Lula criticou o que chamou de "indústria de lobby". "A gente queria taxar essas bets, essas fintechs, sei lá, essa coisa que você não consegue mais ver televisão, porque é tanta propaganda de aposta que você nem sabe mais onde apostar", reclamou. Ele disse que há quem se rebele dizendo que há aumento de impostos, mas negou que o governo esteja elevando a carga tributária.

"Não é aumento de imposto. Se vocês forem sinceros com a consciência de vocês, vocês vão perceber que a carga tributária desse governo hoje, porcentualmente, é menor do que era em 2011", afirmou.

E completou: "O que a gente está fazendo não é tentar aumentar imposto, é tentar fazer uma tributação mais justa e mais correta".

Lula ainda criticou a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores econômicos. "A troco de quê?". E elogiou seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad: "Poucos países do mundo têm um ministro da Fazenda com a seriedade que o Haddad tem. Esse país teve muito poucos".

Na sequência, acusou o ex-ministro da Economia Paulo Guedes de fazer "bravata" e disse que ninguém cobrava estabilidade fiscal no governo passado. "Por que ninguém cobrava o cumprimento do teto de gastos? Que foi, possivelmente, o momento mais irresponsável deste país", perguntou.

Plano Safra

O presidente Lula participou nesta terça-feira do anúncio do Plano Safra 2025/2026. Segundo ele, o governo pretende consolidar o Brasil como um "celeiro do mundo". "Batemos mais um recorde de valor disponível para esse Plano Safra empresarial, mas queremos dar um passo além. Queremos elevar ao máximo os ganhos que esses recursos podem gerar para os empresários, para a sociedade e, sobretudo, para o nosso País", afirmou Lula, que iniciou o discurso na cerimônia se dizendo "satisfeito" com os acontecimentos do Brasil e no exterior.

Os detalhes do Plano Safra 2025/2026 foram antecipados mais cedo pelo governo. Serão destinados R$ 516,2 bilhões para as linhas de financiamento voltadas aos médios e grandes agricultores, 1,5% mais que na temporada passada.

O Plano Safra 2025/26 contará também com reforço das linhas dolarizadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como antecipou o Broadcast Agro. Ao todo, serão R$ 18 bilhões em recursos de linhas do BNDES, sendo R$ 14,4 bilhões em linhas dolarizadas para custeio e investimento a juros entre 8,5% ao ano e 9% ao ano.

Preservar e recuperar terras

Lulas também afirmou que é preciso preservar o meio ambiente e recuperar terras degradadas para produzir mais em menos área. Para falar da importância da questão climática, Lula citou também as diversas paralisações de partidas da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, que está sendo realizada nos Estados Unidos.

"Se a gente cuidar de fazer a preservação necessária e adequada dos nossos rios e nossos mananciais, nossas nascentes e recuperar terra degradada, a gente vai percebendo com o tempo que estamos produzindo mais em menos hectares e ganhando mais porque aumentou a qualidade dos produtos", disse o presidente.

Lula disse ainda que, quando começou o primeiro governo em 2003, o Brasil era conhecido por ser o País do "desmatamento e do fogo". Ele também lembrou de uma ocasião onde discutiu com empresários que queriam plantar cana-de-açúcar no Pantanal.

Galípolo

Durante o pronunciamento, Lula se queixou do atual patamar da Selic e afirmou que o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, está "comendo o prato que recebeu".

"Vocês não pensem que eu me conformo com a taxa de juros a 15%, mas esse aumento já estava dado", disse Lula. "Na verdade, o Galípolo está comendo o prato que ele recebeu, não teve nem tempo de trocar a comida, mas certamente vai trocar".

Em seguida, ele afirmou que o dólar começou a baixar e a inflação está controlada. "Ainda falta uma contribuição de quem cria gado, ô Fávaro, de baixar o preço da carne", pediu ele, em direção ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

As falas de Lula ecoam as do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que disse na semana passada que a alta na Selic foi contratada na gestão anterior, de Roberto Campos Neto.

Estadão
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