Inflação: Mantega vê alta do dólar como fator de preocupação
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira, em São Paulo, que a alta do dólar é um fator de preocupação para o governo, principalmente por uma possível contaminação aos índices de inflação. O patamar atual da moeda americana, em torno de R$ 2,23, é menor do que quando ela atingiu R$ 2,45, mas ainda assim exige cautela, segundo ele.
"Temos de ficar atentos com o impacto da alta do câmbio na nossa inflação. Temos de ficar vigilantes, alertas para que não haja uma contaminação do aumento do dólar. Com R$ 2,45 eu me preocupava, com R$ 2,23 a preocupação é menor", diz. Sobre a possibilidade de aumento no preço dos combustíveis ainda este ano, o ministro saiu pela tangente. "Não mudou nada o método de correção da gasolina. Quando for necessário, todos saberemos", disse.
O ministro manteve ainda a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano para algo em torno de 2,5%. "Acredito que de 2,5% a 3% é uma boa previsão. Nós fixamos antes do Banco Central o parâmetro de 2,5% para o crescimento do PIB. O que estamos percebendo é que está havendo uma melhoria do quadro econômico lá fora e aqui também no Brasil", disse. Para Mantega, como a inflação baixou, o consumidor está com mais confiança. "As vendas estão melhorando. Estive com o varejona sexta-feira e eles dizem que as vendas estão indo relativamente bem."
O ministro afirmou ainda que os investidores externos estão com apetite em relação ao Brasil. "Semana passada estávamos em Nova York em dois seminários e os investidores externos estão com apetite pelo Brasil. Estão interessados em vir para o Brasil. Mesmo porque o mundo continua complicado e com poucas alternativas de rentabilidade. Então, se você oferece condições de rentabilidade, principalmente nas nossas concessões, investimento externo direto, eles vem para o Brasil porque é difícil conseguir a rentabilidade que a concessão dá em outro lugar."
De acordo com ele, o Brasil hoje oferece boas condições de investimento. "Tem demanda para tudo, concessão de aeroportos. Tenho certeza de que haverá grande concorrência. Assim como tivemos nos três primeiros, vai ter nesses dois agora".
