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Greve geral: centrais sindicais preparam paralisação contra Reforma da Previdência na sexta

Em São Paulo, ônibus, metrô e trem não devem circular; manifestações também devem cobrar maior geração de empregos formais e pedir o fim do contingenciamento na educação

11 jun 2019 - 14h10
(atualizado às 21h58)
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Centrais sindicais de todo o País estão convocando trabalhadores de diversas categorias para uma greve geral na próxima sexta-feira, 14. O objetivo, de acordo com líderes das entidades, é protestar contra o projeto do governo de reforma da Previdência. Também fazem parte das reivindicações temas como maior geração de empregos formais, retomada do crescimento da economia e contingenciamento na Educação.

Segundo os movimentos, a prioridade é que os trabalhadores "cruzem os braços" a partir da madrugada de quinta-feira, 13, para sexta-feira, 14, com manifestações sendo utilizadas como complemento à paralisação. "A imagem que queremos é a Paulista deserta, ruas desertas no dia, como se estivessemos em 28 de abril de 2017 (quando houve greve geral no País)", afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "As manifestações são apoio, mas o dia é de greve", completa.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves Juruna, disse que um dos pontos essenciais é adesão do setor de transportes, em todas as categorias, para a greve. "É essencial que parem porque, se eles não aderirem, a impressão é de que não houve paralisação. São categorias expressivas de demonstrações de poder dos trabalhadores", diz.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e atual presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, afirma que a greve de sexta-feira é resposta a uma série de fatores que foram colocados pelo Governo Federal sem uma discussão prévia. "Nós queremos chamar a atenção dos governantes para abrir um canal de negociação, de diálogo", afirmou. Sobre a reforma da Previdência, ele afirmou que a União é favorável à mudança. "Mas não essas que estão sendo colocadas, como a capitalização e outros itens que não nos ouviram."

Hoje, a UGT representa os principais sindicatos de transporte do País, como os dos setores de trem e ônibus, ambos importantes para uma grande paralisação. "É uma greve constitucional e que deve unir várias centrais. Com certeza será uma greve forte, importante. No sentido de parar mesmo, para a sociedade pensar o que realmente o Brasil precisa."

Segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas), em reunião realizada nesta segunda-feira, 10, em São Paulo, a categoria aderiu à paralisação para a partir da 0h.

Diretor do sindicato, Francisco Xavier, o Chiquinho, disse que a adesão foi acolhida de maneira unânime na plenária. "Não é uma greve só pela greve, reivindicamos uma situação que atende a todos os brasileiros. As pessoas estão se sentindo incomodadas e prejudicadas (com a reforma da Previdência), e as centrais estão dando sua contribuição. A reforma traz prejuízos", afirma.

Os sindicatos dos ferroviários e dos metroviários de São Paulo concordaram em paralisar as atividades na sexta-feira. No metrô e na CPTM, haverá paralisação. Mas as operações das linhas 4-Amarela e 5-Lilás, da iniciativa privada, "permanecem inalteradas", segundo as concessionárias responsáveis pela operação das linhas.

Os ferroviários da Sorocabana, 5 mil trabalhadores que atuam com trens de carga e de passageiros, de Santos a Campinas e de São Paulo a Presidente Epitácio, também aderiram.

Na educação superior, as atividades do dia no setor público devem ser canceladas. A vice-presidente do Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), professora Qelli Rocha, afirmou que os atos de rua devem ocorrer entre o final da tarde e início da noite de sexta. "Temos problemas conjunturais. Na área da educação, o contingenciamento, ou melhor, os cortes, nos impulsionou a paralisar. É a retirada de direitos sociais que conquistamos desde a Constituição de 1988."

Segundo ela, também vão aderir à greve a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), a Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Nacional dos Estudantes (Une).

Em relação às escolas privadas, o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) afirmou, na manhã desta terça-feira, 11, ao Estado, que a orientação aos sindicatos é de não aderir à greve. "Em geral, deve funcionar normalmente. Entendemos que a escola não deve fazer greve e, caso o funcionário venha a aderir, que seja descontado o dia de trabalho", afirmou.

Já os sindicatos dos professores da rede estadual (Apeoesp), da rede municipal (Sinpeeem) e da rede privada (Sinpro) afirmam que suas unidades estão mobilizadas para a paralisação. Os três sindicatos afirmam que ainda não têm um balanço fechado de quantas escolas devem parar. O Sinpro diz que já tem 20 colégios confirmados e que vai divulgar a lista com os nomes na quarta-feira.

Estadão
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