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Gasolina da Petrobras sobe mais de 10% no mês; preço externo passa a cair

4 set 2017 - 18h43
(atualizado às 18h55)
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A Petrobras anunciou nesta segunda-feira nova elevação nos preços da gasolina em suas refinarias, que passam a acumular alta de mais de 10 por cento em poucos dias de setembro, após o furacão Harvey fechar refinarias nos Estados Unidos e levar a uma disparada nos valores de referência do combustível na semana passada.

Tanques da Petrobras em Brasília, no Brasil
31/08/2017
REUTERS/Ueslei Marcelino
Tanques da Petrobras em Brasília, no Brasil 31/08/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

A estatal disse em comunicado que o novo reajuste foi decidido por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP), convocado quando há necessidade de reajustar os combustíveis em mais de 7 por cento para cima ou para baixo em um único mês.

Nesta segunda-feira, a Petrobras anunciou alta de 3,3 por cento na gasolina, a partir de terça-feira. Na semana passada a companhia já havia anunciado reajustes de 4,2 por cento e 2,7 por cento para a gasolina.

No diesel, o reajuste anunciado nesta segunda-feira foi marginal, de 0,1 por cento. Antes o combustível havia subido 0,8 por cento e 4,4 por cento.

"Na última semana, em face dos impactos do furacão Harvey na operação das refinarias, oleodutos, e terminais de petróleo e derivados no Golfo do México, os mercados de derivados sofreram variações intensas de preços", disse a Petrobras em nota sobre os reajustes desta segunda-feira.

Apesar da convocação do grupo de preços para autorizar reajustes logo no início do mês, a Petrobras afirmou que a avaliação dos executivos do GEMP é de que a companhia tem conseguido praticar valores adequados às volatilidades dos mercados de derivados e do câmbio.

Especialistas do mercado já apontavam que os efeitos do Harvey deviam pressionar a Petrobras a novos reajustes na gasolina, devido às promessas da companhia de não praticar preços abaixo da paridade internacional.

QUEDA NOS EUA

Os impactos da tempestade nos EUA, no entanto, começam a ser dissipados nesta semana, com refinarias retomando lentamente suas atividades.

Os preços futuros de referência da gasolina nos Estados Unidos caíram mais de 3 por cento nesta segunda-feira para os níveis mais baixos desde 25 de agosto, quando o Harvey atingiu o continente. Na sexta-feira, a cotação do combustível na bolsa já havia caído 2 por cento.

Mesmo assim, a consultoria Datagro avalia que o preço da gasolina da Petrobras ainda está 15 por cento acima do preço teórico do produto importado posto no Brasil.

"Talvez a Petrobras esteja evitando repassar de uma vez todo o aumento que houve no mercado internacional, esperando para avaliar melhor a situação", disse o presidente da Datagro, Plinio Nastari, à Reuters.

Questionada sobre o assunto, uma fonte da Petrobras disse que o mercado de petróleo e derivados está se normalizando. Sobre a defasagem de preços, a fonte afirmou que a empresa "não faz preço".

"Quem determina preço é o mercado. Não vou dizer se tem defasagem, mas posso dizer que estamos olhando as oscilações de mercado. Cada dia é um dia", disse a fonte, indicando que a política da Petrobras agora é de seguir os movimentos do mercado e repassá-los com mais frequência.

A fonte citou como exemplo de normalização do mercado a retomada das operações da refinaria de Pasadena (EUA), que também foi afetada pelo Harvey.

NOS POSTOS

Apesar das forte altas repassadas pela Petrobras à gasolina a partir de 1º de setembro, pesquisa realizada pela agência reguladora ANP apontou que distribuidoras e postos repassaram apenas uma pequena parte do reajuste.

Segundo a ANP, na média Brasil a gasolina subiu 0,13 por cento na bomba na semana passada, na comparação com a semana anterior, enquanto o diesel ficou praticamente estável, e o etanol avançou 0,7 por cento.

Somente em 1º de setembro, a gasolina vendida pela estatal nas refinarias subiu 4,2 por cento, na maior alta efetuada pela Petrobras em nove meses.

(Com reportagem adicional de Marcelo Teixeira e Roberto Samora, em São Paulo)

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