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Fornecedores lutam para atender à demanda por aeronaves

11 jul 2012 - 17h24
(atualizado às 17h30)
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As maiores fabricantes de aviões tentaram exaltar suas vultosas carteiras de pedidos para desviar a atenção da escassez de novos pedidos durante o salão aeronáutico de Farnborough nesta semana. O desafio das fabricantes para atender a demanda a tempo depende de seus fornecedores, e não há clareza sobre se eles conseguirão lidar com isso.

» Veja comparativo entre Boeing e Airbus

A Boeing, fabricante do 737, terá de aumentar a produção
A Boeing, fabricante do 737, terá de aumentar a produção
Foto: Divulgação

A americana Boeing e a rival europeia Airbus têm pedidos de cerca de 8 mil aeronaves, o suficiente para mantê-las ocupadas nos próximos seis anos, mesmo sem novas encomendas, e analistas estimam que a indústria terá de elevar seu volume de produção em 45% até 2015 para lidar com a demanda.

Os principais itens de discussão na feira de aviação britânica, e que não foram divulgadas novas encomendas relevantes, têm sido se fornecedores podem entregar os componentes necessários e o que fabricantes de aeronaves podem fazer para ajudar.

"Estou ouvindo muito mais sobre as discussões entre os fornecedores, as preocupações da cadeia de fornecedores e como empresas estão se posicionado para demonstrar que estão prontas para investir em capacidade futura", disse o especialista em espaço aéreo e defesa da Accenture, Damien Lasou.

Ele disse que o risco é acentuado porque um grande número de fornecedores prestam serviços a todas as fabricantes. "Quando um de seus clientes está aumentando a taxa de produção e exigindo mais de você, você pode conseguir lidar com isso. Mas quando todos os seus clientes pedem para que você aumente o volume de produção em 10% a 15%, subitamente você tem que crescer 40% a 50% e é uma outra história."

Airbus e Boeing já sofreram adiamentos vergonhosos em relação a carros chefe de sua produção, como seus modelos A380 e 787 Dreamliners, e se esforçarão para evitar atrasos relativos à cadeia de fornecedores.

O especialista aeroespacial Stefan Ohl, da consultoria Alix Partners, disse que os fornecedores precisam ser monitorados de perto. "Não todos, mas alguns, talvez mesmo muitos, fornecedores estão chegando ao limite da capacidade, seja em termos de produção, gestão ou capital", alertou.

O presidente da Pratt & Whitney, unidade da United Technologies, David Hess, disse que sua companhia acompanha rigorosamente seus fornecedores com treinamento, capacidade de pessoal e sistemas para assegurar que estão preparados quando a produção de motores de turbinas é ampliada.

"Ainda não vimos qualquer limitação de capacidade, mas realmente começaremos a ver nossos volumes subindo rapidamente em 2015 e 2016", afirmou ele. O vice-presidente e diretor-geral de abastecimento da Boeing, Stan Deal, disse que a fabricante aprendeu durante o desenvolvimento do Dreamliner, que enfrentou atraso de mais de três anos e problemas de produção e design. Segundo ele, a atenção a detalhes com fornecedores pode ajudar a evitar dores de cabeça.

"A atenção aos detalhes desde o começo pode realmente ajudar a fazer a diferença entre atingir o plano e não cumprir o plano", afirmou Deal.

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