Equinor prevê atingir capacidade máxima de plataforma em Bacalhau em 12 meses
A norueguesa Equinor prevê que a plataforma do campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos, atinja sua capacidade máxima de produção de 220 mil barris por dia de petróleo em cerca de 12 meses, disse a presidente da petroleira no Brasil, Verônica Coelho, nesta terça-feira.
Bacalhau, que iniciou a produção em outubro, é o maior campo offshore internacional desenvolvido pela Equinor até o momento, com reservas recuperáveis superiores a 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe), segundo a empresa.
Atualmente, a Equinor está produzindo apenas por meio de um poço entre 20 mil e 25 mil barris de óleo equivalente por dia em Bacalhau, disse a presidente no Brasil, pontuando que a empresa está restringindo a produção desse poço, devido a atividades que precisam ser realizadas na parte superior da plataforma, como comissionamento de turbinas e compressores.
"Estamos trabalhando em duas frentes: a continuada campanha de perfuração e o comissionamento do navio... O nosso 'timeline' esperado (é atingir a capacidade máxima da plataforma) em cerca de 12 meses", disse Coelho, a jornalistas, após participar de fórum técnico realizado pela estatal PPSA.
A operadora Equinor detém uma participação de 40% no campo, enquanto a ExxonMobil Brasil detém 40% e a Petrogal Brasil, uma joint venture entre a portuguesa Galp e a chinesa Sinopec, detém os 20% restantes.
A estatal PPSA é parceira no campo como representante da União pelo contrato de partilha de produção.
A executiva reiterou que na primeira fase de seu desenvolvimento, Bacalhau produzirá apenas petróleo, e o gás natural será reinjetado com o objetivo de manter a pressão no reservatório. A produção de gás, segundo ela, deverá ocorrer posteriormente, em momento ainda difícil de precisar.
Coelho afirmou que a estratégia de iniciar com a produção de petróleo vem a partir da experiência da companhia em campos da Noruega, onde há um reconhecimento internacional por ter alcançado fatores de recuperação de até 60% em campos de óleo e gás.
"A gente imagina, sim, que no futuro o gás (de Bacalhau) vai ser produzido também. Agora, nesse momento é difícil dizer quando", afirmou Coelho.
A executiva ponderou que o cenário de preços de petróleo para 2026 será provavelmente "mais desafiador que 2025", mas que não impacta os investimentos previstos para Bacalhau.
"Os projetos offshore têm essa natureza, não dá para você puxar o freio de mão a qualquer momento. Então, uma vez iniciado, ele vai em frente."