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Em meio à fusão bilionária, presidente da Oi renuncia

Zeinal Bava assumiu a Oi em junho de 2013 com objetivo de liderar a fusão com a Portugal Telecom

8 out 2014 - 07h32
(atualizado às 07h38)
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<p>Logo da Oi fotografado em uma loja da empresa, em São Paulo; Zeinal Bava é o terceiro presidente a sair da empresa em cerca de quatro anos</p>
Logo da Oi fotografado em uma loja da empresa, em São Paulo; Zeinal Bava é o terceiro presidente a sair da empresa em cerca de quatro anos
Foto: Nacho Doce / Reuters

O presidente-executivo da Oi, Zeinal Bava, renunciou ao cargo nesta terça-feira, informou a companhia, ampliando as especulações no mercado sobre o futuro da fusão da operadora de telecomunicações brasileira com a Portugal Telecom.

As funções de Bava serão assumidas temporariamente pelo atual diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Bayard Gontijo, informou a companhia. Ele ficará no cargo até que o Conselho de Administração indique outro executivo para o posto.

Eleito diversas vezes o melhor CEO do setor de telecomunicações na Europa após presidir a Portugal Telecom, Bava assumiu a Oi em junho de 2013 com objetivo de liderar a fusão com a empresa portuguesa, negócio apontado como necessário para melhorar a posição financeira da operadora brasileira e dar mais fôlego frente à concorrência no mercado brasileiro.

No entanto, o calote de uma dívida de quase 1 bilhão de euros da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, que é o principal sócio da Portugal Telecom, ameaçou a união luso-brasileira em julho.

Na ocasião, os controladores da Oi, que faziam parte do Conselho da Portugal Telecom, pediram para sair do órgão, alegando que não tinham sido informados da dívida pelos sócios portugueses antes de a informação ter sido divulgada pela imprensa.

Para garantir a fusão, a Portugal Telecom teve que reduzir sua fatia na CorpCo, empresa a ser criada após a conclusão do processo de união.

Para analistas, desde então as relações entre os controladores das duas empresas se complicaram.

"Bava era uma força muito grande nessa fusão", disse Ari Lopes, analista para América Latina da consultoria de telecomunicações Ovum. "O ponto agora é saber quem vai entrar no lugar, se é algum executivo da Portugal Telecom. (Caso contrário), pode ser uma pista de que essa fusão está desandando", disse.

"A saída de Bava também é ruim por ser o terceiro presidente a sair em cerca de quatro anos. Essa mudança constante atrapalha a gestão da empresa, falta à Oi estabilidade para resolver seus problemas", acrescentou Lopes.

Altice

Na segunda-feira, em mais um sinal de marcha ré no processo de fusão entre Oi e Portugal Telecom, uma fonte disse à Reuters que a francesa Altice, do bilionário Patrick Drahi, pretende adquirir os ativos portugueses da Oi.

Mais cedo nesta terça-feira, a Oi, que tinha uma dívida de R$ 46 bilhões ao fim do primeiro semestre, afirmou que poderá vender ativos não estratégicos e participações em empresas controladas, mas que "até a presente data" não havia decisão sobre possível venda de ativos em Portugal.

Para analistas, uma venda dos ativos portugueses, que são os ativos da Portugal Telecom, significaria o cancelamento da fusão entre as duas companhias. Paralelamente, há conversas relacionadas a eventual fusão entre TIM Participações e Oi no Brasil.

Na sexta-feira, uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters que a TIM contratou o banco de investimento do Bradesco para analisar uma oferta para compra da Oi.

As conversas ocorrem depois de a Oi ter contratado o BTG Pactual em setembro para analisar uma possível oferta conjunta com a América Móvil pela TIM .

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