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Dólar tem forte queda ante rivais após novos comentários de Trump sobre juros

20 jul 2018 - 17h38
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O dólar encerrou o pregão desta sexta-feira, 20, em forte baixa à medida que os investidores fugiram da moeda americana em reação a comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as políticas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Além disso, as tensões comerciais continuaram no foco dos agentes, com um tom mais duro adotado pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, contra possíveis tarifas americanas aplicadas sobre veículos importados.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar caía para 111,53 ienes, o euro subia para US$ 1,1727 e a libra avançava para US$ 1,3135. Já o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas consideradas fortes, fechou em forte baixa, de 0,74%, para 94,449 pontos.

O dólar foi novamente penalizado pelos investidores diante de novos comentários de Trump sobre a política de elevação de juros do Fed. Ao utilizar seu perfil no Twitter durante a manhã, o presidente americano adotou um tom parecido com o visto na quinta-feira, 19, quando ele atacou o Fed ao se dizer contrário ao aperto monetário empregado pelo banco central. "A China, a União Europeia e outros têm manipulado suas moedas e mantido os juros baixos, enquanto os EUA estão elevando os juros e fazendo o dólar ficar mais e mais forte a cada dia - o que retira nossa grande vantagem competitiva", comentou.

Para ele, os EUA não deveriam ser penalizados pelo bom desempenho econômico. Nos últimos meses, indicadores acima do esperado da economia americana têm apoiado um rali do dólar em relação a moedas principais e de países emergentes. "Se Trump está procurando por razões para uma recuperação do dólar, ele também deveria estar se olhando no espelho. Os mercados que se preocupam com os danos da guerra comercial na Europa, no Canadá ou no México ficarão tentados a vender essas moedas, esperando que os saldos comerciais apresentem deterioração ou que os bancos centrais adotem uma linha mais suave na política monetária", comentou o economista Avery Shenfeld, do banco canadense CIBC.

Durante a tarde, a rede de TV americana CNBC informou, citando uma fonte da Casa Branca, que Trump estaria preocupado com as chances de mais duas elevações nos juros pelo Fed este ano. Em junho, o banco central americano revelou, por meio de seu gráfico de pontos, que a maioria dos dirigentes acreditava em mais duas ações de alta de juros de 0,25 ponto porcentual em 2018 e em mais três elevações no próximo ano.

Outra notícia que teve impacto nos mercados e que promoveu ainda mais vendas de dólar foi a informação de que o advogado Michael Cohen, que já defendeu Trump, gravou uma conversa com o líder americano alguns meses antes da eleição presidencial de 2016 sobre um possível pagamento pelos direitos autorais da história da ex-modelo da Playboy Karen McDougal. Ela alega ter tido um caso extraconjugal de um ano com o republicano em 2006.

No cenário comercial, Merkel comentou que vê uma situação "séria" no comércio e afirmou que as possíveis tarifas americanas sobre carros importados violariam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). De acordo com ela, o bloco europeu está trabalhando em contramedidas, "mas esta é, de longe, a pior solução e prejudicaria a todos".

Estadão
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