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Dólar fecha em baixa de 0,6%, com Previdência e dados americanos

A bolsa de valires recuou em 0,33% após uma sequência de altas na semana

26 abr 2019 - 19h35
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O dólar teve nesta quinta-feira, 26, o segundo dia de queda e fechou em baixa de 0,60%, a R$ 3,9315. Depois de ultrapassar os R$ 4,00 ontem pela manhã, operadores ressaltam que o enfraquecimento da moeda americana no exterior, possíveis captações externas de empresas brasileiras (Marfrig e Ultrapar) no exterior e declarações do Banco Central de que tem "bastante espaço para atuar" no mercado de câmbio levaram os investidores a desmontarem posições mais defensivas. As mesas de operação seguem ainda monitorando os passos da reforma da Previdência, mas o dia foi de noticiário político mais esvaziado.

Profissionais de câmbio destacam que o mercado gostou do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mostrando esta semana maior disposição em tocar a reforma da Previdência. "Ele mostrou força de vontade maior que a do governo", destaca o chefe da mesa de operações da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. Para ele, a tumultuada tramitação do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara mostrou um governo perdido e sem articulação, aumentando as dúvidas sobre os rumos das medidas no Congresso.

Profissionais de câmbio destacam que o mercado gostou de Rodrigo Maia mostrar maior disposição em tocar a reforma da Previdência
Profissionais de câmbio destacam que o mercado gostou de Rodrigo Maia mostrar maior disposição em tocar a reforma da Previdência
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil / Estadão

Em meio ao aumento das dúvidas sobre a Previdência, Velloni destaca que o mercado começou a testar o novo comando do BC, pressionando as cotações do dólar para cima. Ontem, o diretor de Política Monetária da instituição, Bruno Serra, disse em palestra em São Paulo que a autoridade monetária intervém no mercado de câmbio "caso identifique alguma anomalia em seu regular funcionamento" e que os instrumentos que possui, além das reservas elevadas, "nos dão bastante espaço para atuar". Por enquanto, os indicadores no mercado futuro de câmbio mostram que não há pressão maior na liquidez e as declarações seguiram ecoando hoje nas mesas.

Exterior

No exterior, mesmo com dados melhores que o esperado no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, o índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) veio fraco, ajudando a aumentar as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode cortar juros.

Com isso, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, chegou a cair abaixo do nível de 98 pontos, após ter atingido esta semana o maior nível desde junho de 2017. Já o ETF (fundo de índice) que replica moedas de emergentes, WisdomTree Emerging Currency Strategy Fund, termômetro das moedas destes mercados, subiu 0,19% hoje. O dólar caiu ante pares do real, como o peso mexicano e o rand da África do Sul, mas seguiu em alta ante o peso argentino. Só esta semana, a moeda americana subiu 10% no mercado argentino, em meio a temores de que a ex-presidente Cristina Kirchner volte ao poder nas próximas eleições. Aqui, o dólar subiu só 0,04% na semana e 0,40% no mês.

Bolsa

O Índice Bovespa se ressentiu da falta de novidades no cenário doméstico. Na ausência de uma referência que pudesse direcionar os humores, investidores teriam preferido recolher parte dos lucros recentes, depois de uma semana de avanços no cenário político. Assim, o índice terminou o dia aos 96.236,04 pontos, com baixa de 0,33%. No acumulado da semana, no entanto, houve ganho de 1,75%.

Para Rafael Bevilacqua, estrategista da Levante Ideias de Investimento, o saldo da semana foi claramente positivo, mas o Ibovespa teve quedas sem muitas justificativas na quarta-feira e nesta quinta-feira, 26. Ele cita principalmente a aprovação da reforma da Previdência na CCJ da Câmara e instalação da comissão especial que dará continuidade à tramitação da proposta, com a indicação de nomes que agradaram ao mercado para presidência e relatoria do grupo. Além disso, o início da safra de balanços corporativos trouxe números positivos. No exterior, os sinais são de firmeza da economia americana, sem risco iminente de pressão inflacionária, afirma.

"O 'net' da semana foi positivo, não apenas pelo avanço da reforma, mas também pelos resultados fortíssimos divulgados pelas empresas. Renner, Hering e Bradesco mostraram números positivos. Além disso, a Petrobras sinaliza para a venda de ativos, o que é muito bom", afirmou o estrategista, mencionando a assinatura de três contratos de alienação de ativos da estatal, no valor total de US$ 10,3 bilhões.

Mas as ações da Petrobras foram destaque de queda no pregão, em meio a ruídos envolvendo o presidente norte-americano, Donald Trump, e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Trump afirmou que havia ligado para a Opep para interferir na política de preços do grupo, o que foi desmentido pela organização. Petrobras ON e PN terminaram o dia com perdas de 0,88% e 1,91%, respectivamente. Os preços do petróleo tiveram perdas superiores a 3%.

Entre os balanços recentes, o destaque foi o de Lojas Renner, que anunciou ontem lucro líquido de R$ 161,6 milhões, com alta de 45% sobre o mesmo período do ano passado. O papel chegou a subir mais de 2% ao longo do pregão, mas fechou com ganho mais modesto, de 0,87%.

De acordo com números da B3, os investidores estrangeiros retiraram R$ 265,882 milhões da Bolsa na última quarta-feira (24). Com isso, o saldo líquido dos estrangeiros está negativo em R$ 1,508 bilhão em abril até essa data, levando o acumulado de 2019 a registrar saída de R$ 256,462 milhões.

Estadão
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