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Caixa da OGX acaba em dezembro se petroleira não conseguir dinheiro novo

29 out 2013 - 14h36
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A endividada petroleira OGX, do empresário Eike Batista, ficará sem recursos na última semana de dezembro se não conseguir levantar dinheiro novo, conforme informações do plano de reestruturação aos detentores de bônus que fracassou.

O documento, disponibilizado no site de Relações com Investidores da OGX nesta terça-feira, informou ainda que a empresa precisa de US$ 250 milhões para suas necessidades de liquidez até abril de 2014, seja via nova dívida ou aumento de capital.

A empresa tinha US$ 82 milhões em disponibilidades no fim de setembro e seus assessores financeiros na negociação com os credores externos - Blackstone e Lazard - estimam desembolsos de US$ 89 milhões apenas a fornecedores até o fim do ano, considerando somente pagamentos críticos a prestadores de serviço no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.

A expectativa é que Tubarão Martelo inicie produção em meados de novembro, com vendas do petróleo do campo em janeiro. O valor atribuído à toda OGX, pelo plano, é de US$ 2,7 bilhões - principalmente composto pelo valor presente líquido de Tubarão Martelo (US$ 1,4 bilhão) e do campo Atlanta (US$ 1,1 bilhão).

Num cenário sem a venda de ativos de gás da OGX no Maranhão e sem a conclusão de um investimento da malaia Petronas na petroleira de Eike, os detentores de bônus perdoariam parte relevante da dívida e converteriam o saldo em ações da OGX, ficando com entre 42% e 57% de participação na companhia.

O percentual da empresa que ficaria nas mãos dos credores externos dependeria do acerto da OGX com a empresa de construção naval OSX, também de Eike, relacionado às plataformas construídas para a petroleira. A OSX ficaria com entre 14% e 30% da OGX.

Mais cedo nesta terça, a OGX informou que concluiu conversas com detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus da empresa com vencimento em 2018 e 2022 sem obter um acordo para reestruturar a dívida. A OGX se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial ainda nesta semana, disseram três fontes com conhecimento da situação à Reuters na segunda-feira.

Uma das fontes disse que a OGX planeja excluir do pedido de recuperação judicial sua unidade de gás natural OGX Maranhão, que atualmente negocia venda de uma participação para a empresa de energia Eneva - anteriormente conhecida como MPX e também foi fundada por Eike.

A OGX, que possui dívida total de US$ 5 bilhões, não quis comentar na segunda-feira a possibilidade de entrar com pedido de recuperação judicial. Se confirmado, o processo de recuperação judicial da OGX será o maior da história de uma empresa latino-americana, segundo dados da Thomson Reuters.

A decisão ocorre enquanto se aproxima do fim o prazo de 30 dias que a OGX tem para não ser declarada inadimplente, após não ter honrado o pagamento de cerca de US$ 44 milhões de juros sobre bônus no exterior no começo de outubro.

<a data-cke-saved-href="http://economia.terra.com.br/infograficos/eike-batista-trajetoria/iframe.htm" href="http://economia.terra.com.br/infograficos/eike-batista-trajetoria/iframe.htm">veja o infográfico</a>
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