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Brasil mantém expectativa que EUA revejam política de quotas para aço e alumínio

2 mai 2018 - 11h56
(atualizado às 12h45)
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O governo brasileiro negou nesta quarta-feira ter havido um acordo com os Estados Unidos sobre a imposição de sobretaxas nas importações norte-americanas de aço e alumínio e lamentou a decisão unilateral de Washington de criar cotas de exportação ao país.

Segundo comunicado divulgado à imprensa pelos ministérios da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e das Relações Exteriores, os EUA interromperam negociações com o Brasil em 26 de abril, impondo como alternativa o pagamento de sobretaxas ou a limitação das exportações a quotas.

"Não houve ou haverá participação do governo ou do setor produtivo brasileiros no desenho e implementação de eventuais restrições às exportações brasileiras", afirmaram os ministérios no comunicado, acrescentando que o Brasil "mantém a expectativa de que os EUA não prossigam com a aplicação de restrições" e que "seguirá disposto a adotar, nos âmbitos bilateral e multilateral, todas as ações necessárias para preservar seus direitos e interesses".

O Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA, vinha negociando com Washington uma eventual isenção permanente das tarifas de importação, de 25 por cento para aço e de 10 por cento para alumínio, impostas em março pelo governo Trump. O país vinha contando com uma isenção temporária enquanto durassem as negociações.

Na véspera, o assessor de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, afirmou que os países que foram isentos das sobretaxas ainda estarão sujeitos a um sistema de cotas de importação, depois que a Casa Branca havia informado na segunda-feira que tinha alcançado "acordos em princípio" com Argentina, Austrália e Brasil.

Segundo o governo brasileiro, o setor siderúrgico avalia que "que a imposição de quotas seria menos restritiva em relação à tarifa de 25 por cento". Já a indústria brasileira de alumínio sustenta que "a alternativa menos prejudicial a seus interesses seria suportar as sobretaxas de 10 por cento".

As ações de siderúrgicas que viam risco de crescimento das importações de aço no Brasil por conta do desvio de fluxo de comércio dos Estados Unidos, Usiminas e CSN, estavam entre as principais altas do Ibovespa, enquanto os papéis da Gerdau, que tem importantes operações nos EUA, recuavam 0,96 por cento às 11:52.

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