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Brasil e China poderiam fazer parcerias em comércio de farelo de soja, diz diplomata chinês

13 ago 2018 - 09h00
(atualizado às 09h12)
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Empresas chinesas e brasileiras poderiam formar joint ventures de processamento de soja como forma de ampliar as exportações de farelo de soja da maior economia da América Latina para o principal importador global da oleaginosa, disse em uma entrevista um alto diplomata chinês.

Qu Yuhui, ministro-conselheiro da embaixada chinesa em Brasília, durante entrevista com a Reuters  10/08/2018 REUTERS/Adriano Machado
Qu Yuhui, ministro-conselheiro da embaixada chinesa em Brasília, durante entrevista com a Reuters 10/08/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

As empresas chinesas processam grande parte de toda a soja que usam em fábricas na China, em vez de comprar farelo de soja diretamente do Brasil, mas as companhias escolhem a opção mais lucrativa, disse Qu Yuhui, ministro-conselheiro encarregado de assuntos políticos da embaixada chinesa em Brasília.

"Se uma companhia chinesa e outra brasileira juntas fizerem uma joint venture no Brasil para processar soja, essa é uma boa escolha para os lucros de ambos os lados", disse ele à Reuters, acrescentando que tal parceria poderia aliviar o ônus dos custos logísticos brasileiros.

Ainda assim, Qu disse que não há discussões atualmente para a China dar ao Brasil uma cota de farelo de soja com um imposto de importação mais baixo.

O investimento chinês no Brasil saltou em 2017 para uma máxima de sete anos, estimulando o debate sobre as relações bilaterais antes da eleição presidencial brasileira em outubro.

As compras chinesas de terras e operações de mineração atraíram críticas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), que lidera a corrida em um cenário sem o ex-presidente Lula.

    Qu disse que era difícil entender a raiz da preocupação de Bolsonaro. Os compradores chineses respondem por apenas 3 por cento das compras de terras estrangeiras no Brasil, disse ele.

    Ele disse que a China e o Brasil continuarão a trabalhar para o desenvolvimento mútuo, independentemente de quem vencer a eleição, acrescentando que o comércio bilateral deve crescer 25 por cento, para 110 bilhões de dólares nos próximos dois a três anos.

    Qu disse que ainda é muito cedo para dizer se as disputas comerciais entre os EUA e a China terão impacto sobre o comércio entre a China e o Brasil, que já estava crescendo rapidamente antes da atual disputa.

    Além da demanda crescente por soja e milho brasileiros, Qu disse que o crescimento do consumo chinês impulsionará o comércio de frutas, frango e carnes suína e bovina.

    O aumento do comércio bilateral não ocorre sem atritos.

    A China impôs medidas antidumping ao frango brasileiro em junho, enquanto uma tarifa de açúcar pesou sobre as exportações brasileiras do adoçante para a China.

    "Estou relativamente otimista de que este problema possa ter uma solução apropriada em um período relativamente curto de tempo", disse ele sobre as exportações brasileiras de açúcar. Ele expressou avaliação semelhante sobre o comércio de frango.

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