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BC reduz projeção para crescimento do PIB deste ano e prevê desaceleração em 2026

Novos números, que constam do Relatório de Política Monetária, estão abaixo das previsões do Relatório Focus

25 set 2025 - 08h54
(atualizado às 09h31)
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BRASÍLIA - O Banco Central (BC) reduziu a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, de 2,1% para 2%. Os números constam do Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre, publicado nesta quinta-feira, 25. A previsão está abaixo da mediana do último relatório Focus, de 2,16%.

A autoridade monetária também divulgou, pela primeira vez, a sua projeção para o crescimento do PIB brasileiro em 2026, de 1,5%. Essa estimativa também está abaixo da mediana do Focus, de 1,8%.

Sede do Banco Central, em Brasília
Sede do Banco Central, em Brasília
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

A nova projeção para 2025 incorpora mudanças nas estimativas para o PIB agropecuário (8% para 9%), e industrial (1,9% para 1%) e mantém Serviços em 1,8%. Pelo lado da demanda, a autoridade monetária ajustou as previsões para o consumo das famílias (2,1% para 1,8%) e do governo (1,2% para 0,5%), Formação Bruta de Capital Fixo - os investimentos em bens de capital (2,8% para 3,3%), importações (3,5% para 4,5%) e exportações (3,5% para 3%).

Para 2026, o BC prevê altas de 1% para a agropecuária, de 1,5% para os serviços e de 1,4% para a indústria. Pelo lado da demanda, a autarquia estima altas de 1,4% no consumo das famílias, de 1% no consumo do governo, de 0,3% na FBCF, de 1% nas importações e de 2,5% nas exportações.

Na avaliação do BC, a forte base de comparação deve limitar o crescimento da agropecuária em 2026. "A safra recorde de grãos em 2025 contou com condições climáticas bastante favoráveis, que podem não se repetir em 2026. Além disso, o aumento nos preços relativos de defensivos e fertilizantes tende a reduzir o seu uso, com impacto negativo sobre a produtividade", considerou, acrescentando que, na pecuária, o BC projeta moderação no abate de bovinos, reflexo da crescente participação de fêmeas nos abates dos últimos anos, fator que pode reduzir a disponibilidade de animais.

Para o setor de serviços, a autoridade monetária espera um "avanço robusto" no ano que vem, embora inferior ao observado em 2025. Já para a indústria, a avaliação é a de que vai se sobressair como exceção o setor extrativo, cuja previsão aponta para nova alta relevante, sustentada por prognósticos favoráveis dos principais produtores de petróleo e minério de ferro.

Do lado da demanda, ainda sobre 2026, o BC acredita que a desaceleração do consumo das famílias deve refletir, entre outros fatores, um menor ritmo de expansão da população ocupada. "Em contrapartida, a resiliência da renda disponível das famílias deve contribuir para mitigar, em parte, a perda de dinamismo do consumo."

A redução do crescimento da FBCF em comparação ao projetado para 2025 reflete, conforme o Banco, tanto a expectativa de um ritmo moderado de expansão ao longo do ano, sob efeitos da política monetária em terreno contracionista, quanto a previsão de um efeito de carregamento estatístico limitado do quarto trimestre de 2025 para 2026. "Adicionalmente, a projeção contempla um volume menor de importações de plataformas destinadas à produção de petróleo, relevante fator para a expansão do investimento em 2025."

Inflação acima da meta

No relatório, o Banco Central também informou que espera manutenção do IPCA acima do centro da meta de inflação, de 3%, até pelo menos o primeiro trimestre de 2028, considerando o seu cenário de referência.

A projeção é que a inflação em 12 meses passe de 5,4%, no segundo trimestre deste ano, para 5,3% no terceiro, e feche 2025 em 4,8%. Depois, o IPCA vai para 4% no primeiro trimestre de 2026, para 4,1% no segundo, cede para 4,0% no terceiro, e encerra o ano que vem em 3,6%.

O BC projeta ainda que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no primeiro trimestre de 2027, horizonte relevante da política monetária, e 3,4% no segundo. Em seguida, a autarquia estima que o IPCA desacelere a 3,3% no terceiro trimestre e a 3,2% no fim do ano. A projeção para o primeiro trimestre de 2028, a última disponível, é de 3,1%, ainda 0,1 ponto acima do centro da meta.

"Na comparação com o relatório anterior, as projeções de inflação tiveram leve queda para 2025 e estabilidade para o horizonte relevante da política monetária", diz o BC, no RPM. "Entre os fatores que pressionaram a inflação para cima, destacam-se o dinamismo no mercado de trabalho, em contexto de hiato positivo, e o aumento da projeção de energia elétrica residencial, e, como fatores baixistas, destacam-se a redução das expectativas de inflação e a apreciação do real."

Estadão
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