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Arquiteto de estímulo monetário no BC do Japão faz apelo por mais gastos fiscais

18 fev 2019 - 10h32
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O Japão deve aumentar seus gastos fiscais para ajudar no cumprimento da meta de inflação, disse o ex-vice-presidente do Banco do Japão Kikuo Iwata, sobre uma proposta controversa que destaca o desafio do BOJ conforme tentar reanimar a economia depois de anos de um crescimento abaixo da média.

Kikuo Iwata 24/06/2013 REUTERS/Toru Hanai
Kikuo Iwata 24/06/2013 REUTERS/Toru Hanai
Foto: Reuters

Iwata, arquiteto do maciço programa de compra de títulos do BOJ apelidado de "afrouxamento qualitativo e quantitativo", advertiu que a inflação não atingirá a meta de 2 por cento do banco central sem medidas mais fortes para impulsionar o consumo.

Ele disse que há poucas ferramentas para aliviar a política monetária, já que cortar as taxas de juros já baixíssimas poderia levar algumas instituições financeiras à falência.

Isso significa que o Japão deve se basear na política fiscal, abrindo mão do previsto aumento de impostos sobre vendas deste ano e se comprometendo a aumentar permanentemente os gastos do governo com o dinheiro impresso pelo BOJ, disse ele.

"A inflação não atingirá 2 por cento apenas com o BOJ dando continuidade à sua política atual. O BOJ não precisa mudar sua política agora. O que precisa mudar é a política fiscal", disse Iwata.

"As políticas fiscal e monetária precisam funcionar como uma só, para que mais dinheiro seja gasto em medidas fiscais e o total de dinheiro que vai para a economia aumente como resultado", disse ele à Reuters na sexta-feira. "Essa é a única opção de política restante."

Em vez de depender de bancos comerciais para emprestar mais para empresas que já estão com folga em sua situação de caixa, o BOJ deve financiar os gastos do governo para medidas de estímulo ao consumo, como pagamentos ou incentivos fiscais para as famílias mais jovens, disse ele.

"A política atual do BOJ não tem um mecanismo para aumentar as expectativas de inflação. Precisamos de um mecanismo em que o dinheiro flua para a economia direta e permanentemente", disse Iwata.

As observações de Iwata, que seis anos atrás havia dito que o BOJ era o único responsável pela meta de 2 por cento de inflação, ressaltam o desafio que o banco enfrenta para alcançar seu alvo.

Iwata, um ex-acadêmico que se aposentou no ano passado, mantém forte influência entre alguns executivos de mentalidade reformista no conselho de nove membros do BOJ, como Yutaka Harada, Goushi Kataoka e o vice-presidente Masazumi Wakatabe.

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