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Analistas "comemoram" queda do PIB no 3º trimestre; entenda

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,5% entre julho e setembro quando comparado com o segundo trimestre

3 dez 2013 - 10h48
(atualizado às 12h40)
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A economia brasileira encolheu no terceiro trimestre deste ano, primeiro resultado negativo e o pior em mais de quatro anos, afetada sobretudo pela queda dos investimentos e sinalizando que a recuperação da atividade será mais difícil daqui para frente. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,5% entre julho e setembro quando comparado com o segundo trimestre, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda já era esperada por analistas e foi até "comemorada".

"Ainda bem que o PIB veio baixo e isso evidencia para quem quiser ver que a política monetária mais austera, somado a diminuição da eficiência marginal do capital, está impondo ao tecido econômico uma parada brusca. (...) Não vemos essa desaceleração como algo ruim, seria muito pior ver esse PIB acelerar e o Banco Central se ver obrigado a segurar na marra uma economia de R$ 1,2 trilhão", afirmou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Segundo ele, o resultado ruim deve segurar o ciclo de alta na taxa básica de juros, que foi elevada pela sexta vez seguida na última semana.

Na comparação com igual período de 2012, a atividade no trimestre passado cresceu 2,2%. A queda na base sequencial veio depois de uma expansão revisada de 1,8% do PIB no segundo trimestre ante o primeiro. Pesquisa Reuters indicava que a economia brasileira teria contração de 0,2% nos três meses até setembro sobre o segundo trimestre e avançaria 2,5% na comparação anual, segundo a mediana das projeções e sem considerar a nova metodologia do IBGE para o PIB.

"Em linhas gerais, a despeito das mudanças metodológicas, temos a confirmação de PIB fraco. Olhando pela ótica da demanda, vemos claramente que está ficando mais evidente a questão da diferença entre oferta e demanda", afirmou o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano. Para ele, o quarto trimestre começou fraco e o PIB deve encerrar este ano com expansão de 2,2% a 2,3%, pior do que sua previsão anterior de 2,5%.

Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, recuou 2,2% no terceiro trimestre sobre o período imediatamente anterior, no pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2012 (-2,7%) e na primeira queda em um ano. O governo da presidente Dilma Rousseff assumiu o discurso de que os investimentos serão o principal motor da economia brasileira, tendo como pano de fundo as concessões de infraestrutura e logística já feitas e programadas para o próximo ano.

“Decepção maior foi a estabilidade do comércio - apesar do ritmo mais forte das vendas em relação à primeira metade do ano, o nível de atividade comercial ficou estagnado entre julho e setembro”, apontou Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo ele, a expectativa é de que o PIB cresça 2,3% este ano puxado pela agropecuária. Para o ano que vem, a expectativa da CNC é de que haja alta de 2,1%.

"Vale destacar que uma das coisas que mais caiu foram os gastos de capital, que é o grande desafio do governo... O desafio é ver os investimentos se recuperarem mais e melhorar a situação das importações", disse Perfeito, acrescentando que revisará as estimativas de crescimento do PIB em 2014 para entre 2,4% e 2,5%, ante 2,7%. O economista da Gradual Investimentos ainda comentou os efeitos da atuação do ministro da fazenda, Guido Mantega, sobre a confiança dos investidores.

"A comunicação continua ainda muito ruim. Por exemplo esta semana Mantega falou que o PIB iria subir 2,5%, veio em 2,2%. Passa a impressão, mais uma vez, que o mundo cor de rosa do Planalto não guarda relação com a realidade. O ministro não deveria falar nada, isto criar expectativas desnecessárias e reforça preconceitos já bastante arraigados na classe dos investidores", afirmou.

Com informações da Reuters.

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Fonte: Terra
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