Acordo Mercosul-UE avança a 'passos largos' e pode ser concluído até março de 2026, diz Fávaro
Ministro da Agricultura afirma que tratado é oportunidade para ampliar mercados para o agro, especialmente em um momento em que o país busca diversificar destinos e fortalecer presença internacional
SÃO PAULO E BRASÍLIA - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira, 4, em entrevista à imprensa, que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia está avançando "a passos largos" e pode ser concluído até março de 2026, após a tramitação nos Parlamentos dos países envolvidos.
Segundo ele, o processo de formalização definitiva segue em curso com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O acordo Mercosul-União Europeia está avançando pela dedicação do presidente Lula", afirmou Fávaro, ao comentar o estágio atual das tratativas.
Segundo o ministro, o texto está atualmente em fase de tradução, o que deve ocorrer até julho. "O rito para formalização definitiva caminha a passos largos", reforçou.
Fávaro destacou que, após a tradução, o documento vai para análise e aprovação dos Parlamentos dos países do bloco sul-americano e europeu. "A expectativa é finalizar o acordo até março de 2026", disse o ministro.
Ele voltou a afirmar que o tratado é uma oportunidade para ampliar mercados para o agronegócio brasileiro, especialmente em um momento em que o país busca diversificar destinos e fortalecer sua presença internacional.
Selo livre de aftosa
O ministro classificou a próxima sexta-feira, 6, como um "dia histórico" para a agropecuária brasileira com o recebimento do certificado que oficializa o Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação.
"É um novo status para a pecuária bovina brasileira", afirmou, destacando a oportunidade de abertura de novos mercados. "Com o certificado, poderemos abrir novos mercados e agregar mais valor à nossa produção", disse Fávaro. Ele avaliou que o novo status sanitário permitirá acesso a mercados mais exigentes e mais remuneradores.
O reconhecimento foi concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) durante a 92ª Assembleia realizada em 29 de maio, em Paris. A entrega oficial será feita em cerimônia na França, na próxima sexta-feira, com a presença do presidente Lula e do ministro Fávaro.
O Brasil se declarou livre da febre aftosa sem vacinação há um ano, após suspender a imunização e garantir a proibição do ingresso de animais vacinados no País por pelo menos 12 meses, conforme exigido pela Organização Mundial de Saúde Animal. O processo, que começou há mais de 50 anos, abrange hoje perto de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades.
Até então, a pecuária nacional tinha áreas específicas com status internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação, como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso.
A conquista reforça a competitividade do Brasil no setor e abre caminho para ampliar exportações de carnes bovinas com exigências sanitárias rigorosas, elevando o valor agregado dos produtos brasileiros no mercado global.