Renée Zellweger e o direito de mudar o rosto com plástica
23 out
2014
- 08h53
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Um dos maiores prazeres do ser humano é julgar um semelhante. Não apenas julgar — condenar também.
A atriz Renée Zellweger é a 'ré' da vez. As fotos de seu novo rosto inspiraram muitos memes e viralizaram nas redes sociais.
Famosa pela franquia de filmes 'Bridget Jones' e ganhadora de um Oscar de coadjuvante por 'Cold Mountain', a texana de 45 anos se tornou vítima fácil de bullying virtual.
Sim, a aparência está muito diferente. Sim, ela está com uma imagem um tanto artificial.
Mas nada justifica atacá-la por querer parecer mais jovem e chamá-la de 'monstruosa', como se viu nas redes sociais.
O rosto é dela, a vaidade é dela, o dinheiro é dela, o conflito com a própria aparência é (ou era) dela.
Há uma espécie de prazer sádico em desprezar a pessoa — famosa ou anônima — que recorre ao bisturi para rejuvenescer exteriormente.
Vivemos uma era esquizofrênica. Todos são cobrados para apresentar a tal 'boa aparência' e vender uma imagem próxima do hipotético conceito de perfeição.
Porém, quando alguém faz uma intervenção estética maior, a exemplo de uma plástica no rosto, é quase sempre criticado, ironizado, hostilizado.
Ou seja, se assume os sinais do envelhecimento vai para a berlinda. Se tenta camuflá-los acaba no paredão.
Renée Zellweger tem o direito de remover as pálpebras caídas, assim como qualquer um pode lançar mão de fazer implante de cabelos, diminuir o nariz, aumentar os seios…
O ser humano tem autoridade sobre o seu corpo. Pode remoldá-lo se não estiver satisfeito. A questão se complica quando é diagnosticada a dismorfia corporal, transtorno que caracteriza a obsessão por mudar a aparência.
Não parece ser o caso de Renée Zellweger. A atriz quis somente se sentir mais bonita. E, pela cara de felicidade nas fotos, ela conseguiu.
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