R. Mansur elogia Collor, detona Val e quer nova chance em 'Mulheres Ricas'
"Desculpem o atraso, é que fui ao médico. Juro que fico pronta em 15 minutos. Já serviram café para vocês?", disse Regina Mansur assim que colocou os pés em sua casa, no bairro do Morumbi, em São Paulo, e avistou a reportagem do Terra. Eram apenas 9h e ela já estava a mil por hora. Dito e feito, no tempo previsto, estava na sala, devidamente vestida e maquiada. "Está boa essa roupa? Acha que vai ficar legal? Emagreci 25 kg, sabe. Acho que esse vestido fica bem, valoriza o corpo", explicou.
Adepta às cirurgias plásticas, a participante da segunda temporada de Mulheres Ricas exibe um corpo em forma, conquistado depois de ter engordado bastante por conta de um período em que ficou na cama, por um problema no joelho. Educada, de fala tranquila e eloquente, Regina não foge das perguntas e mostra-se orgulhosa da vida que conquistou. Advogada de renome e família tradicional, ela tem o ex-presidente Fernando Collor de Melo em sua lista de clientes.
“Foi uma honra trabalhar com ele. Não estou aqui para julgar o que ele fez. Se ele fez alguma coisa, perto do que tanta gente faz por aí, digamos, que foi uma coisa bem light, perto do que estamos vendo de Mensalão, etc”, opinou. “Tive um contato muito direto com ele e passei a admirá-lo como pessoa. Ele é uma pessoa extremamente inteligente. Não podemos esquecer nunca que ele começou a colocar o Brasil, como uma nação para o mundo conhecer”, completou.
Para participar do programa, enfrentou os filhos, que temiam a exposição negativa da mãe na TV e chegaram a enviar uma notificação para a Band. Depois da batalha familiar vencida, enfrentou resistência do diretor, Diego Pignataro. “Desde setembro, eu já estava no programa, conhecia todo o roteiro, que ia girar mais ou menos em torno de mim. Tinha uma sinopse pronta. E, no final, tinha começado a gravação e eu não sabia”, contou.
Confira a entrevista completa:
Terra - Atualmente, você participou do 'Mulheres Ricas', tem uma carreira de sucesso, sua família é tradicional. Passou por alguma dificuldade quando era mais jovem?
Regina Mansur - A questão da família sempre ter dinheiro, é uma coisa relativa. Minha família sempre teve nome, o que é diferente. Uma família tradicional, sobrenome Prado, mas é claro, que como a maioria das pessoas, todo mundo passou por dificuldades. Então, tem a questão de você ter um nome, ter educação, requinte, não é a mesma coisa que ter dinheiro. Tem muita gente que tem dinheiro e não tem requinte, e muita gente que tem requinte e não tem dinheiro. Então, eu fui seguindo as duas coisas. Eu casei muito bem, meu marido é de uma família rica, libanesa. A minha família é uma família tradicional, sempre tive muita educação. Tem tradições de família, nome, mas meu pai lutou muito. O dinheiro faltou. Quando casei, comecei a estudar. Me sacrifiquei demais, porque meu marido não aceitava que eu estudasse e trabalhasse. Então, comecei a me virar com meu próprio dinheiro e era curtinho. Inclusive, cheguei a fazer sapatinho bordado e a minha empregada ia vender na feira, para eu pagar minha faculdade. Meu marido teve um surto de machismo e não queria que eu estudasse de jeito nenhum.
Terra - Não? Como foi isso?
Regina Mansur - Foi a forma que ele achou de me segurar em casa, com 18 anos. Eu casei com 17. Tive quatro filhos em cinco anos, por isso que fiz uma plástica na barriga. Porque todo mundo fala isso. Eu tenho mesmo. Fiz a minha plástica tem 35 anos. Minha barriga detonou, ficou uma sanfona. É muito velha minha plástica, tem a idade do meu filho mais novo. Então, casei e quis estudar, porque minha família é de advogados. Meu pai é advogado, meu avô. Admiro advocacia, amo! Sempre estudei muito e não me conformava de não ter um diploma de curso superior. Então, fui estudar, fiz Psicologia e Direito. Meu marido sempre contra, mas a Psicologia ele achava um hobby. Era à tarde, as crianças iam para a escola, ele achava que eu não ia me dedicar àquilo e era chique. Não ia incomodar. Ele sabia que eu não gostava daquilo, fazia por fazer. Quando fui fazer Direito, aí o caldo entornou mesmo. Aí ele ficou muito bravo, disse: "ah, é assim? Você vai pagar sua faculdade, então". Aí, eu bordava sapatilha e minha babá ia vender na feira livre, coisas de crochê, sei bordar muito bem, gosto de bordar. Aí, eu paguei minha faculdade. Depois, fui trabalhar e aí foi o escândalo na família, porque como uma mulher rica, casada com um Mansur, quatro filhos pequenos, uma casa para olhar, o que te falta para você trabalhar?! Eu fui mesmo. Tive que me virar com meu próprio dinheiro. Fui trabalhar em um escritório de advocacia, fui contratada e comecei do zero. Realmente, me dei muito bem na carreira, porque gosto. Nasci advogada, vou morrer advogada. Sou muito acirrada nas minhas coisas, determinada. Comecei a ganhar dinheiro na advocacia, trabalhando mesmo. Na verdade, comecei a comprar as minhas coisas, porque meu marido tirou o meu carro (risos). Ele dizia: "vai trabalhar, então ótimo. Vai viver com o seu dinheiro". Não sustentar minha casa, mas os meus luxos. Eu fui. Comprei um carro velho, usado, que chovia dentro e eu colocava uma meia. Quando chovia, entrava água na meia. Eu via aquilo, pensava: estou vendo a vida pela meia! Eu quero ver por uma estrela da Mercedes. Por isso que eu gosto de Mercedes e já tive um monte! O que tenho não veio do céu, não veio de herança. O dinheiro ganhei trabalhando.
Terra – E como fica a advocacia e a fama?
Regina Mansur – Uma confusão! Porque agora estou trabalhando mais ainda. Inclusive, agora, fui fazer um exame porque está todo mundo preocupado. Eu tive uma ponte de safena, há quatro anos, de tanto trabalhar e descuidei da minha saúde, fiz uma ponte de safena. Agora com essa loucura, meu marido ficou dizendo para eu ir ao médico. Hoje estava fazendo um exame e está tudo bem, graças a Deus. Realmente, dou conta. Meus clientes me entendem, porque eles gostam de mim. Cliente novo, eu não preciso. Esporadicamente aparece um novo, mas na advocacia você tem um nome, que já construí. Ninguém vai deixar de me procurar por causa das Mulheres Ricas. O que tenho é que conseguir controlar o meu tempo.
Terra – E como está sua rotina? Você acorda cedo...
Regina Mansur – Acordo cedo e faço personal aqui em casa. Tenho que fazer ginástica. Vou para o meu escritório, comando aqui, dou as ordens na minha casa. Trabalho muito. No final de semana, vou para a praia ou fico organizando minha casa. Aos sábados, tenho uma rotina de dona de casa, nem rica e nem pobre. Uma dona de casa, espero que exemplar. Vou à feira, no supermercado. Vejo roupa, toalha. A minha avó dizia que quem não sabe fazer, não sabe mandar. Gosto muito de ensinar as minhas empregadas. Elas sabem tudo. São educadas, sabem servir bem uma mesa, fazer uma comida gostosa, apresentar um prato, servir uma visita. Tenho empregados antigos, o pessoal fica comigo muito tempo. São todos meus babás.
Terra – Um de seus clientes mais famosos é o ex-presidente Fernando Collor...
Regina Mansur – É, né?! Parece que eu só fiz isso na minha vida, mas ele foi um cliente famoso. A ética não permite, e sou uma pessoa muito ética, que você fale sobre clientes e é proibido pela Ordem dos Advogados que você conte casos. Mas o Collor é uma pessoa pública. Fiquei marcada. Foi uma honra trabalhar com ele. Não estou aqui para julgar o que ele fez. Se ele fez alguma coisa, perto do que tanta gente faz por aí, digamos que foi uma coisa bem light, perto do que estamos vendo de Mensalão, etc. Defendi o Collor numa questão de que ele queria ser prefeito aqui em São Paulo, ganhei, liberei sua candidatura. Tive um contato muito direto com ele e passei a admirá-lo como pessoa. Collor é uma pessoa extremamente inteligente. Não podemos esquecer nunca que ele colocou o Brasil, começou a colocar o Brasil, como uma nação para o mundo conhecer. Foi o primeiro que fez viagens, primeiro que conheceu a rainha da Inglaterra. Ele tem histórias para contar. Teve seus méritos. Acabou mal porque tinha uma oposição e não tinha aliados. Todos se viraram contra ele. Isso acontece toda hora. Na hora, ficou sozinho. Não estou defendendo nem nada, mas ele tem os seus méritos.
Terra – Vocês ainda têm contato?!
Regina Mansur – Sim, sempre que vou a Brasília, o visito. Tenho uma admiração por ele. Ele gosta muito do meu filho, do João, o que é meu sócio.
Terra – Falando nos seus filhos, teve um caso de que eles não permitiram que você gravasse Mulheres Ricas em alguns lugares, chegaram a mandar uma notificação para a Band. Como foi isso para você?
Regina Mansur – Isso foi horrível, porque meus filhos ficaram com muito medo de eu me expor. Não por causa de segurança, mas porque eles ficavam com medo de alguém caçoar de mim. E acontece. Diziam: “a gente não vai suportar, porque afinal de contas você é nossa mãe, a gente te acha um máximo”. Tenho uma ligação muito grande com os meus filhos, a gente sempre trabalhou junto e fizeram isso meio que escondido de mim. Eu fui a primeira a ser contratada. Desde setembro, já estava no programa, conhecia todo o roteiro, que ia girar mais ou menos em torno de mim. Tinha uma sinopse pronta. E, no final, tinha começado a gravação e eu não sabia. Aí fiquei sabendo. O Diego (Pignataro), diretor, que me ligava de cinco em cinco minutos, porque eu era a grande estrela para ele, disse que os meus filhos tinham mandado uma notificação para a Band, dizendo que não poderiam usar meu escritório, meu sobrenome, sob pena de tirar o programa do ar e nós achamos melhor pensar um pouco mais. Aí começou a segunda parte do drama. Perguntei se estava fora, ele disse que estava indo para Buenos Aires, ia conversar sobre isso, que eu era a sexta mulher. Conversei muito com os meus filhos, fiquei muito brava com eles. Chorei demais. Queria muito fazer o programa, cismei com isso. Achei legal. Faço tudo na minha vida, não gosto de passar vontade. Não vou levar isso comigo, quero fazer. Meus filhos, então, disseram que não tinha problema, que podia filmar, só não podia falar nome de cliente, deixaram tudo redondo. Só que nesse meio tempo, o diretor ficou com o pé atrás, começou a agir de uma forma esquisita comigo. Eu tinha viagem marcada para Nova York, não fui. Estava em Punta del Este, ele me ligou, dizendo para eu vir que ia começar a gravar. Cheguei, me arrumei, mandei vir. Fui a uma festa da Cozete (Gomes), fiquei lá que nem uma idiota. Ele não me gravou, não falou comigo. Não olhou na minha cara.
Terra – Você ia aos lugares e não gravava?
Regina Mansur – Eu fui lá, vim só para isso e ele não olhou na minha cara. Não sei o que aconteceu, mas tinha uma coisa paralela, agora que estamos vendo o que é, né?! Ele acabou me contratando, juntamente com aquela outra pessoa, a Valdirene. Deu minhas pautas para ela, começou a namorar com ela e me tirou fora. Eu apareci muito pouco. Começou a ter raiva de mim. Eu era a única pessoa que atrapalhava a Valdirene no programa, porque ela dizia que todo mundo era meia boca, a única rica, de classe, era eu. Isso no entender dela, porque adoro todo mundo, me dou bem com todo mundo.
Terra – É, porque rica todas são...
Regina Mansur - É. Não vi a conta bancária de ninguém. Também não sei se eu sou. Então, ela dizia que a única rica era eu, só que eu era velha. A boa era ela. A única que podia fazer frente era eu. As pautas que eu iria fazer, ela fez. E foi engraçado ver uma pessoa brega que nem ela dar aula de etiqueta. Uma pessoa cafona, como ela, ensinar outra a se vestir, muita coisa era eu que ia fazer. Não foi mostrado o meu dia a dia. Eu fui cortadíssima. Eu gostei das minhas aparições. Dei uma festa na minha casa, que era minha grande aparição, e fui a que menos apareceu. Tinha banda, não apareceu. Pessoas da alta sociedade estavam aqui e não apareceu ninguém. E, no final, não me colocou no banner. Escrevi uma carta para a Band e ele disse que, se eu falasse algo para a Bandeirantes, ia me tirar do programa. Tinha poder pra tirar. Fiquei quieta. Ele me tirou, fiquei com pena. No fim, parece “dona Val comenta”. Ficou ridículo, todo mundo percebeu, perdeu a mão. Não teve confiança nele mesmo. Copiou o primeiro e colocou a namorada dele como estrela. Não me arrependo de ter feito, gostaria de participar da terceira temporada, porque ficou aquele gosto de quero mais, de querer mostrar. Eu queria ser uma referência da mulher vencedora, que tem sua família, sua casa, que mesmo rica teve necessidade, lutou. Mostrar que uma mulher de cinquenta e muitos anos, ainda está bem, sendo útil para a sociedade.
Terra – Com tudo isso, você acha que ainda dá para voltar para uma terceira temporada?
Regina Mansur – Se o diretor for o mesmo, jamais. Ele me odeia. Outro dia, ele queria me dar um copo de veneno. Em uma festa, ele falou: “dá um copo de veneno para ela”.
Terra – Vocês chegaram a brigar no Twitter, né?!
Regina Mansur – É. Eu contei que eles estão namorando, ele judiou de todo mundo do elenco. Eu mais, porque minha pauta acabou, já que cabia para ela.
Terra – E o processo contra Val Marchiori? Ela chegou a processar você?
Regina Mansur – Não, ela não me processou. Eu processei ela, porque, eu acho o seguinte, se ela foi contratada para falar mal de todo mundo, porque no programa ninguém me mandou dizer nada, não tinha um script. Eles podiam dar uma cutucada, mas as coisas fluíam na hora. Ela falou mal de mim em uma entrevista, me ofendeu. Ela disse que eu era uma quatrocentona decadente, falida, foi recebida na minha casa, entrou sem ser convidada. O diretor colocou ela aqui, sem me avisar que vinha uma pessoa na minha festa. Ela foi recebida pelos meus filhos, pelo meu marido. Tinham membros do poder Judiciário aqui, empresários, e ela veio falar isso. Ofender a minha família. Veio dizer que eu era múmia, mas isso ela pode achar, eu posso achar ela feia. Eu acho que ela parece uma girafa. Ela pode olhar para mim e lembrar de uma múmia. Isso é uma questão. Ela disse que eu era muito velha para estar na televisão, que o que eu estava fazendo lá no fim da vida, disse que eu estava morrendo. Foi isso que ela disse. Ofendeu minha dignidade, fiquei triste. Realmente, isso me ofendeu muito. Isso é um tipo penal, sou advogada. Se alguém viesse me procurar com esse caso, eu aconselharia a processar. Estou defendendo a minha dignidade. Ofender a minha dignidade com preconceito de idade, isso é crime, é ato ilícito. Acho que ela tem que aprender a respeitar os outros.
Terra – Você acha que ela é um personagem ou é assim mesmo?
Regina Mansur – Ela é assim. Então, se for um personagem, ela que mande o personagem responder por ela. Porque, quando o Juiz chamar, não vai ser um personagem, vão chamar uma pessoa e perguntar porque ela falou isso. Ela não me processou, mandou uma notificação porque no Twitter disseram que ela era prostituta de luxo, não fui eu. Jamais falaria isso. Sou educada, não sei se ela é. O caso dela comigo é diferente. Todo mundo diz: “que bom que você fez isso, porque ela precisa aprender”. Acho que você tem que ter a medida, não pode exagerar.
Terra – E as outras do elenco? Você tem algum problema com alguma delas?
Regina Mansur – Ah, tem essa Andrea (de Nóbrega) que é uma tonta, uma pessoa ignorante. Falou uma bobagem qualquer lá, disse que é brincadeira. Nunca fiz nada para ela. Isso é falta de respeito. Poderia dizer que ela é ignorante, ela diz que rótula é feminino de rótulo, aquela coisa de cabe como uma uva, bolsa Valetim. Dá para caçoar dela direto. Dá ou não dá?! Ela disse que eu parecia uma bruxa. Ela parece aquela bruxa de A Pequena Sereia, idêntica. A roupa, o cabelo, as gordurinhas e o cabelo, ela faz dois “chifrinhos”, sabe?! É igualzinho, nunca vi. É idêntico.
Terra – E a Aeileen você chegou a levar em uma clínica, para fazer algumas plásticas...
Regina Mansur – Isso é o programa. Eu ia fazer tudo para ela. Ensinar a se vestir, sentar. Ela senta de perna aberta, parece que veio a cavalo. Ia ensinar a não falar tanta bobagem, fica dizendo essa coisa de sociedade paulistana, sociedade carioca, não pode. O artista precisa ser agradável, não pode ofender. Então, eu ia fazer tudo. Ia ajudar a vestir, a ser chique. A Cozete a mesma coisa. Talvez eu brigasse com a Andrea...
Terra – Tinha um roteiro?
Regina Mansur – Tinha um roteiro. Cada uma ia contar a sua história.
Terra – Mas não era nada definido o que vocês tinham que falar, certo?!
Regina Mansur – Não. No fim, mudou tudo. Se você ver, no começo, ele fala que o programa seria diferente do primeiro, pode ler as primeiras reportagens. Era para cada uma contar sua história. Quando entra a Valdirene, ela diz que não dá para ser novela, porque o público gosta de barraco. Aí não tinha mais nada, era só uma brigando uma com a outra, ofendendo. Ela ofendeu muito aquela Cozete. É que ela é boazinha, mas se fosse eu. Falar que a mulher tem nome de prostituta? Que isso! Bom, isso é uma coisa subjetiva. Agora, ela é engraçada, mas devia participar de um programa cômico, desde que não ofenda. Poderia estar em um programa sem ofender. Não acho que o Mulheres Ricas é o programa adequado para esse tipo de palhaçada, porque depois cansa. O último capítulo cansou, era tudo aquilo. Ficou uma coisa meio repetitiva.
Terra – E as plásticas?! Você disse que emagreceu 25 kg. Em quanto tempo?
Regina Mansur – Ah, não. Em um mês, porque eu fiz uma cirurgia bariátrica. Eu esquio na neve, meu esporte é o esqui. Eu rompi os ligamentos esquiando, então, fiquei um mês de cama. Engordei, fiquei sem atividade. Eu não posso. Engordei muito. Eu não tenho paciência para fazer regime, não posso tomar remédio. Estava com 84 kg.
Terra – Plásticas você tem algumas, né?!
Regina Mansur - Eu fiz plástica quando minha filha casou, tinha 39 anos. Fiz no rosto para sair bonita na foto e fiz seios, só isso.
Terra – Faria outras?
Regina Mansur – Lógico que faria. Fácil. Acho que tem um limite. Uma pessoa muito velha, toda esticada, é feio. Mas ficar bonitinha, arrumadinha, apresentável, não tem nada demais. No momento, acho que eu estou em cima.
Terra – Vale tudo para ficar bonita?
Regina Mansur – Tudo o que é demais, é. Fica plastificada, estranho. Aquele monte de botox. Não ponho botox na boca, tenho medo. A pessoa fica sem expressão, com aquela boca que parece que levou uma mordida de abelha. Coloquei uma vez e meus filhos começaram a me chamar de Margarida, a namorada do Pato Donald. Tenho ruguinha na boca, se inventarem outra coisa, até faço. Mas esse negócio de inchar a boca, não faço, não. Morro de medo.
Terra – Você tem quatro filhos e quantos netos já?! Como é a Regina Mansur avó? Você mima muito eles?
Regina Mansur – Tenho nove netos e está vindo o décimo por aí. Mas eu quero onze..
Terra – Por que onze?
Regina Mansur –
Porque é um time de futebol, quero ser a técnica. Eu amo ser avó. Minha filha está em Nova York e os filhos dela estão aqui comigo. Quando qualquer filho meu viaja, ficam comigo. Eu roubo eles. Brinco, pode mandar que for, sou eu que olho. Em julho, vou morar um mês na Europa com a minha neta mais velha. Ela tem 14 anos. Uma moça. Eu viajo de vez em quando, fico um mês viajando. Olho os pequenos, faço tudo.
Terra – Tem alguma extravagância que você já fez?
Regina Mansur – Fiz uma. Eu lembro que cheguei e comprei um carro à vista.
Terra – Que carro era?
Regina Mansur – Uma BMW. Primeiro carro que eu tive foi uma BMW. Fui lá e comprei. Eu tinha raspado o tacho, porque eu gasto tudo que eu tenho, não guardo nada. Gasto tudo. Compro coisas, reformo casa, vou viajar. Dou tudo em vida. Gasto com todo mundo. Dou carro de presente para os meus funcionários. Eles merecem. Dou casa, roupa, máquina de lavar roupa, televisão de plasma. Quando eu tenho dinheiro, fica todo mundo feliz. Dou tudo. Vou morrer mesmo. Dou em vida.
Terra – Você gosta de comprar, então?
Regina Mansur – Na verdade, eu gosto de trabalhar, ganhar o dinheiro e poder comprar. Você nunca vai me ver no shopping aqui no Brasil. É raro. Só quando eu tenho que comprar um presente, por exemplo. Acabo não tendo tempo. Meu motorista compra sapato para mim. Já comprou até calcinha, porque não dá tempo. Ele me liga da loja, compra tudo certinho. Quando eu viajo, relaxo. Aí compro bobagem, tranqueira.
Terra – Para terminar, quem teria que estar na terceira temporada de Mulheres Ricas?
Regina Mansur – Além de mim?! Eu acho que precisava ser diferente, para contar a vida das mulheres. O público quer ver. Tem coisas bonitas. Eu falava que estava indo para Aspen, esquiar. É legal, é bonito, glamouroso, bacana. Nada interessava. Mulheres que tenham uma vida social, vida no trabalho, viagens, que tenham uma vida interessante. Estou me candidatando para a terceira. Eu acho que a Brunete (Fraccarolli) foi mal explorada. Faz decorações lindas. Podia ter aparecido ela trabalhando, escolhendo tecido. Ela é muito competente. Tem uma vida legal. Talvez uma pessoa que fosse mais tranquila, fizesse obras sociais. Coisa chique. Esse “rica” é uma conotação de luxo, casa bonita, gostos refinados, acho que é isso. Talvez a Cozete, mas eu não sei bem como é a vida dela.