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Há 25 anos, o remake de 'Selva de Pedra' estreava na Globo

22 fev 2011 - 17h59
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Geraldo Bessa

O êxito de algumas novelas vira parâmetro para outras. Por isso, nada mais óbvio do que reapresentar a trama de forma atualizada e acreditar no saudosismo do público para ter uma boa audiência. De olho na audiência da novela original, em 1986, a Globo decidiu fazer um remake de Selva de Pedra, folhetim de Janete Clair. Embora o tempo entre as duas produções não fosse grande - a original é de 1972 -, a primeira versão foi veiculada em preto e branco, o que já garantiria ar de novidade ao projeto. "A novela veio depois do imenso sucesso de Roque Santeiro. A emissora queria manter a audiência do horário e homenagear a autora que tinha falecido há pouco tempo", lembrou Dennis Carvalho, diretor da segunda versão.

Os responsáveis pela adaptação do texto original, Regina Braga e Eloy Araújo, pouco modificaram a história de amor e vingança protagonizada por Tony Ramos, Fernanda Torres e Christiane Torloni. Na trama, Cristiano Vilhena, de Tony Ramos, é um jovem do interior que chega ao Rio de Janeiro fugindo da acusação de um crime que não cometeu. Na fuga, ele é acompanhado pela artista plástica Simone, de Fernanda Torres, a única pessoa que sabe da inocência dele. Os dois acabam se casando. Tudo vai bem, até que a ambição de Cristiano fala mais alto. "O argumento feito pela autora é brilhante. Nesta história há várias máscaras de vilanias não observadas", destacou Tony Ramos.

Depois de conseguir um bom emprego, Cristiano conhece a rica Fernanda, de Christiane Torloni. E os dois também se apaixonam. "Ele vai até as últimas consequências para chegar ao topo. Para se casar com a Fernanda, ele se junta ao Miro e planeja a morte da Simone. É um vilão que a sociedade hipocritamente perdoou", disparou Tony, referindo-se ao acidente de carro que supostamente mata Simone, montado pelo malandro Miro, de Miguel Falabella. A grande virada da história acontece quando, com sentimento de culpa, o protagonista abandona Fernanda no altar e Simone ressurge com uma nova identidade, a bem-sucedida artista plástica Rosana Reis. "Era uma personagem muito misteriosa e que deu muito trabalho. Foi a última novela que fiz. Nesta época eu estava mais envolvida com o cinema", admitiu Fernanda Torres.

A atriz confessa que foi uma protagonista indisciplinada. Mas outros acontecimentos também tumultuaram os bastidores de Selva de Pedra, como a entrada de Dennis Carvalho na direção. A novela ficaria sob a batuta do diretor da versão original, Walter Avancini. Mas, depois dos primeiros 20 capítulos já gravados, Avancini foi chamado para outros trabalhos na emissora. Com isso, Dennis assumiu a direção-geral e fez algumas modificações. "Dirigir atores sempre foi o meu foco. Muitos personagens mudaram suas nuances e troquei alguns atores", justificou Dennis que, entre as mudanças, dispensou a atriz Silvia Bandeira, intérprete de Laura, e deu a personagem para Maria Zilda Bethlem. "Fui convidada pelo Avancini, mas perdi o papel com a troca de direção. Depois fui chamada para o elenco da novela seguinte, Roda de Fogo, recordou Silvia.

Outros atores tiveram de adaptar seus personagens às novas diretrizes. No caso de Beth Goulart, intérprete da moderna Cíntia, o papel teria momentos que insinuariam um romance entre ela e a personagem de Christiane Torloni. "O Avancini apostou neste tema. Era um personagem muito ousado para a época", avalia Beth. Com a troca de direção e a pressão da Censura Federal, a possibilidade de falar sobre lesbianismo foi abortada. "Foi um período que exigiu muito do elenco. Não é fácil mudar o personagem. Acredito que este trabalho me deu experiência e versatilidade. Além disso, trabalhar em uma novela de Janete Clair foi um privilégio", elogiou Beth.

Tony Ramos e Maria Zilda em cena de 'Selva de Pedra'
Tony Ramos e Maria Zilda em cena de 'Selva de Pedra'
Foto: Divulgação
Fonte: TV Press
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