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Fingimento ou não, trama sobre filho com sequela incomoda por ter ator sem deficiência

Atores PcDs têm poucas oportunidades na teledramaturgia apesar de representarem 18,6 milhões de brasileiros, segundo o IBGE

22 jun 2025 - 12h00
(atualizado às 12h00)
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Basta uma pesquisa rápida em plataformas populares, como o TikTok, para encontrar depoimentos de reprovação à escalação de um ator sem deficiência (Guilherme Magon) para interpretar Leonardo, o filho com sequelas de Odete Roitman (Debora Bloch) em ‘Vale Tudo’.

A coluna até aprendeu o termo para a situação: cripface. Crip em inglês é aleijado, palavra em desuso no Brasil ao se referir a alguém com alguma limitação física. Aplica-se pessoa com deficiência ou a derivada sigla PcD.

A Globo possui sólida política de diversidade e inclusão de perfis comumente excluídos na sociedade. Já escalou atores amputados, com deficiência visual, Síndrome de Down, deficiência auditiva, nanismo, entre outras condições.

No momento, o ator Pedro Fernandes — com paralisia cerebral e cadeirante — atua como Peter na novela das 19h, ‘Dona de Mim’.

Por isso, causa estranheza pensar que a emissora faria uma escalação equivocada no caso de Leonardo, vítima de acidente de carro provocado pela própria mãe.

Circula a teoria de que ele, na verdade, se recuperou ao longo de 12 anos de isolamento forçado e está fingindo a deficiência — com a cumplicidade da cuidadora Nise (Teca Pereira) e da neta dela, Clara (Samatha Jones) — enquanto arma plano para se vingar da matriarca dos Roitman.

Leonardo (Guilherme Magon) não aparecia na versão original de 'Vale Tudo'
Leonardo (Guilherme Magon) não aparecia na versão original de 'Vale Tudo'
Foto: Reprodução

Caso se confirme, a simulação da deficiência seria igualmente controversa, assim como colocar um ator não-PcD interpretando o gestual típico de um lesionado.

O leitor pode achar que se trata de preciosismo baseado no politicamente correto. Não há nada de ideologia aqui. A questão é outra: dar emprego a atores que realmente carregam alguma deficiência. Eles têm raras oportunidades no mercado audiovisual. A exposição no horário nobre da Globo seria valiosa realização profissional.

Veja o exemplo do ator Luciano Mallmann, da série ‘Justiça 2’ e da novela ‘Elas por Elas’. Conseguiu papel de destaque na TV somente após 20 anos do acidente que o deixou paraplégico. 

Seria justo um artista sem deficiência aparecer em cadeira de rodas para fazer os personagens que ele interpretou usando a própria experiência de vida?

Há um aspecto importante na trama de Leonardo em 'Vale Tudo': o desprezo de sua mãe, que parece ter vergonha do filho, suscita a discussão sobre o preconceito contra PcDs. Renegar o amor ao rapaz é a maior monstruosidade da vilã Odete Roitman.

A discussão sobre o preconceito contra os PcDs é relevante
A discussão sobre o preconceito contra os PcDs é relevante
Foto: Reprodução
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