Bullying contra Maisa mostra a busca perversa por audiência
Silvio Santos desistiu de expor ao ridículo pela segunda vez a estrela de ‘Carinha de Anjo’
Nessa quinta-feira (29), o colunista Flávio Ricco, do UOL, noticiou a ordem de Silvio Santos para cancelar a exibição, prevista para o próximo domingo (2), do reencontro de Maisa Silva e Dudu Camargo.
A informação foi amplamente repercutida na imprensa. Afinal, aguardava-se com expectativa – e, por parte de muitos, generosa dose de sadismo – a ‘Parte 2’ de um dos piores constrangimentos vistos na TV brasileira este ano.
A apresentadora e atriz, destaque na novela ‘Carinha de Anjo’, e o pupilo do dono do SBT tiveram um ruidoso embate no último dia 18.
Sincera, Maisa criticou o estilo pessoal e profissional de Dudu – e irritou-se quando Silvio Santos tentou convencê-la a namorar o polêmico âncora do ‘Primero Impacto’.
A participação deles rendeu manchetes e mobilizou as redes sociais. As opiniões se dividiram entre quem apoiou a autenticidade da menina e os que detectaram arrogância na maneira como se referiu ao colega de emissora.
Houve também quem desaprovou o bullying praticado por Silvio Santos e o assanhamento de Dudu.
Gênio da TV, Silvio viu num repeteco da saia-justa entre suas estrelas juvenis a oportunidade de gerar mais mídia e audiência. O tiro saiu pela culatra.
Na gravação realizada na terça (27), Maisa não gostou de ser surpreendida por Dudu no palco. E teria deixado o estúdio chorando após supostamente ser incitada pelo patrão a dar um selinho no rapaz.
Diante do estado emocional da garota, Silvio Santos decidiu – num raro surto de bom senso – não expô-la em mais uma sessão de humilhação na TV.
Deliberação mais do que sensata. Afinal, torna-se até passível de enquadramento no Estatuto da Criança e do Adolescente praticar pressão psicológica contra um menor de idade.
Neste caso, mais grave ainda por tentar estimular, ainda que num contexto de entretenimento, uma menina de 15 anos a beijar um homem de 19.
Aos que enxergam na controvérsia um exagero recomenda-se o exercício da empatia para se colocar no lugar de Maisa. Ninguém deve ser obrigado a estar na companhia de quem não gosta e, muito menos, fazer aquilo que não deseja.
O duelo entre ela e Dudu diante das câmeras, inicialmente engraçado, passou a gerar desconforto e sofrimento psicológico à artista-mirim.
A televisão brasileira já teve episódios suficientes de embaraços semelhantes. Não precisa de mais um. Esse tipo de audiência apelativa faz mal a todos os envolvidos – inclusive ao telespectador.