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Boogie Oogie é superior aos números mostrados pelo Ibope

8 out 2014 - 10h19
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Marco Pigossi e Isis Valverde em cena da novela das 18h da Globo (Foto: TV Globo/Divulgação)
Marco Pigossi e Isis Valverde em cena da novela das 18h da Globo (Foto: TV Globo/Divulgação)
Foto: Sala de TV

Faz tempo que a qualidade de uma produção de TV poderia ser certificada apenas pelo resultado de audiência. O peoplemeter, aparelho do Ibope que afere os hábitos dos telespectadores pesquisados, deixou de representar se um programa é bom ou ruim.

Os números oficiais ainda são importantes, especialmente para o mercado publicitário e como combustível para a guerra de nervos e egos entre as cúpulas das emissoras. Porém é preciso analisá-los com cautela. Audiência alta ou audiência baixa se tornaram rótulos cheios de subjetividade.

A atual novela das 18h da Globo, Boogie Oogie, marcou média de 17 pontos em seus primeiros 50 capítulos (hoje irá ao ar o de número 57). Parece um resultado ruim, considerando que o ideal seria ficar acima dos 20 pontos — nos últimos dias, a produção conseguiu ultrapassar essa marca e chegou a superar a audiência da novela das 19h, Geração Brasil.

Mas a qualidade da trama escrita por Rui Vilhena é superior aos índices desanimadores de audiência. Para usar jargões do meio, não se trata de uma 'novelinha das 6′ e sim de um 'novelão digno das 21h', o horário de honra da faixa nobre, que vai das 18h à meia-noite.

Nesta etapa de Boogie Oogie, o telespectador acompanha as consequências da revelação do grande segredo do núcleo principal: as rivais Sandra (Isis Valverde) e Vitória (Bianca Bin) descobrem terem sido trocadas na maternidade. Além de sofrer com esse conflito de identidade, ambas disputam o mesmo homem, o piloto Rafael (Marco Pigossi).

Desde a inovação apresentada por Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro, criou-se uma expectativa exagerada por novelas com formato supostamente revolucionário. Essa ofensiva contra os bons e velhos clichês carrega fragilidade.

Quando bem aplicadas, como no caso de Boogie Oogie, as tramas clássicas, ainda que previsíveis, garantem aquilo que realmente interessa ao noveleiro: entretenimento puro e simples, sem malabarismos de linguagem.

A audiência menor não é exatamente um problema, e sim uma realidade que exige adequação. As emissoras de TV aberta jamais voltarão a atingir os índices altíssimos de décadas passadas. Hoje a concorrência se mostra cada vez mais diversificada e atrativa, especialmente os canais pagos e a internet.

Um exemplo desse novo momento na teledramaturgia é Lado a Lado, exibida pela Globo entre setembro de 2012 e março de 2013, também na faixa das 6 da tarde. A audiência geral foi tímida, 18 pontos, mas o valor artístico da produção acabou reconhecido com o Emmy Internacional na categoria melhor telenovela, desbancando Avenida Brasil e concorrentes de outros países.

Esse atual cenário de audiências mais baixas fez a Globo desistir das antigas metas de Ibope. A emissora acredita que o sucesso de um programa não pode mais ser avaliado somente pelos números indicados pela pesquisa oficial.

É a dura realidade desta senhora de 64 anos chamada televisão brasileira.

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