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'Spotlight' é obrigatório a quem ama ou odeia o jornalismo

Filme disponibilizado pela Netflix mostra como o trabalho de repórteres comprometidos com a verdade pode fazer justiça a milhares de pessoas

7 jan 2019 - 09h41
(atualizado às 09h45)
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Em 2001, um grupo de apenas quatro jornalistas numa sala apertada produziu um feito jornalístico que abalou o planeta.

A equipe 'Spotlight': vidas dedicadas a descobrir aquilo que muita gente quer manter em sigilo
A equipe 'Spotlight': vidas dedicadas a descobrir aquilo que muita gente quer manter em sigilo
Foto: Divulgação

A equipe de repórteres investigativos do jornal Boston Globe denunciou dezenas de padres pedófilos e a negligência de superiores da igreja numa das regiões mais católicas dos Estados Unidos.

O caso real rendeu o longa Spotlight, de 2015, premiado com o Oscar de Melhor Filme. O título, que significa ‘holofote’ em inglês, é o nome da equipe dedicada a esmiuçar casos complexos que exigem meses ou até anos de apuração jornalística.

A trama sobre abuso sexual – e também o abuso espiritual, como diz um personagem – choca e revolta. Mas há um componente espetacular no roteiro: a maneira vigorosa com que aqueles jornalistas batalharam em busca da verdade, às vezes sacrificando as próprias convicções.

O que se vê ao longo de duas horas é uma aula de jornalismo e o retrato de uma realidade profissional cada vez mais rara.

São poucos os jornais, revistas e emissoras de TV que dão tempo e recursos financeiros a uma equipe de investigação.

As redações estão cada vez mais enxutas, com jornalistas sobrecarregados. A maioria das notícias é apurada pelo telefone ou nas redes sociais, sem o tão necessário contato olho no olho com o entrevistado ou a fonte.

Aquela força-tarefa mostrada em Spotlight destaca o melhor que o jornalismo pode produzir e, ao mesmo tempo, suscita reflexão a respeito das dificuldades da prática jornalística na atualidade.

Nunca os jornalistas foram tão odiados e ameaçados. A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) contabilizou quase 90 profissionais de imprensa assassinados em 2018, e outros 250 estão presos por exercer sua atividade.

Spotlight é um alento a quem ainda acredita na relevância do jornalismo e em sua colaboração à sociedade. O filme vai além: pode mudar a opinião dos que não enxergam valor algum na imprensa.

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