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Novela comete gafe ao ‘ensinar’ que gays não são doentes

Personagem discursou usando termo incorreto associado a uma doença

20 abr 2018 - 10h23
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Cido (Rafael Zulu) e Samuel (Eriberto Leão): o casal gay de ‘O Outro Lado do Paraíso’ foi do drama à comédia escrachada
Cido (Rafael Zulu) e Samuel (Eriberto Leão): o casal gay de ‘O Outro Lado do Paraíso’ foi do drama à comédia escrachada
Foto: Raquel Cunha/TV Globo

Ao se revoltar contra sua mãe, que diz ter feito o possível para proporcionar a ele a “cura gay”, o psiquiatra Samuel (Eriberto Leão) escorregou na terminologia politicamente correta.

“Segundo a Organização Mundial da Saúde, homossexualismo não é doença”, disse o médico.

A boa intenção da cena foi atrapalhada por um erro básico: o termo homossexualismo está banido.

O sufixo de origem grega ‘ismo’ é relacionado, entre outras coisas, a doenças. Exemplos: reumatismo, alcoolismo, raquitismo.

Para definir a condição da pessoa que se sente atraída sexualmente por alguém do mesmo sexo usa-se a palavra homossexualidade.

Esse substantivo foi adotado em 1990, quando a OMS excluiu a orientação sexual dos gays da lista de doenças mentais.

O uso equivocado da palavra homossexualismo na TV já gerou muitas manchetes e discussões. É estranho que o texto de ‘O Outro Lado do Paraíso’ incorra no mesmo erro.

Na trama de Samuel, a homossexualidade foi apresentada num contexto dramático – ele não se aceitava e era homofóbico – e depois acabou embalada por humor pastelão.

De ‘tigrão’ a ‘tigrete’, o psiquiatra vive um triângulo amoroso com a esposa Suzy (Ellen Rocche) e o namorado Cido (Rafael Zulu).

A novela prestou um serviço contra o preconceito, mas também reforçou estereótipos como o do gay assediador (numa sequência, Samuel tentou seduzir um entregador de pizza na frente de sua mulher) e da mãe que diz aceitar a condição homossexual do filho mas tenta ‘curá-lo’.

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Fonte: Terra
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