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Multitalentoso, Reiner Tenente brilha no teatro musical

Ator criou método para ensinar quem sonha atuar, dançar e cantar nos palcos.

18 jan 2018 - 15h47
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Reiner Tenente faz jus ao rótulo ‘showman’: interpreta, canta, dança e tem carisma e verve cômica naturais, capazes de fazer uma plateia extasiada aplaudi-lo em cena repetidas vezes.

Foi o que aconteceu em cada sessão da primeira temporada de ‘Cantando na Chuva’, espetáculo inspirado no clássico do cinema estrelado por Gene Kelly em 1952.

Reiner Tenente gosta de assistir a programas de humor na TV.
Reiner Tenente gosta de assistir a programas de humor na TV.
Foto: Divulgação

Na versão brasileira do musical, Tenente viveu o hilário músico Cosmo Brown. Sua absoluta sintonia em cena com Jarbas Homem de Mello (Don Lockwood), Claudia Raia (Lina Lamont), Bruna Guerin (Kathy Selden) e demais artistas do elenco resultou em um dos maiores sucesso de público e crítica de 2017.

Reiner é formado em Artes Cênicas, pós-graduado em Preparação do Corpo e fez cursos em escolas renomadas do exterior, como a New York Film Academy.

Reiner ao lado de Bruna Guerin, Jarbas Homem de Mello e Claudia Raia em ‘Cantando na Chuva’.
Reiner ao lado de Bruna Guerin, Jarbas Homem de Mello e Claudia Raia em ‘Cantando na Chuva’.
Foto: Divulgação

No currículo, tem produções que lotaram teatros, como ‘Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz’, ‘Rock in Rio’ e ‘Roda Viva’. Fundou e coordena a CEFTEM, escola especializada na formação de atores para teatro musical, no Rio.

Em conversa com o blog, o multifacetado ator comentou as dificuldades exigidas pelo exitoso ‘Cantando na Chuva’, a evolução do teatro musical brasileiro e seu gênero preferido na TV.

O ator em cena de ‘Cantando na Chuva’: maior desafio na carreira.
O ator em cena de ‘Cantando na Chuva’: maior desafio na carreira.
Foto: Caio Gallucci/Divulgação

Como avalia sua participação em ‘Cantando na Chuva’?

Foi especial, eu me esforcei muito, dei o meu melhor. Praticamente parei a minha vida para me dedicar ao espetáculo. Administro uma escola e faço mestrado. Abri espaço na agenda para me doar com afinco ao musical. Foi incrível, faria tudo de novo mil vezes.

O espetáculo apresentava coreografias complexas, inclusive durante chuva cênica. Como conseguiu executá-las com tanta precisão?

Dançar, sapatear e cantar já são atividades difíceis sem nenhum obstáculo aparente. Fazer isso sob chuva se torna ainda mais complexo. Mas a produção do espetáculo cuidou para que nós, atores, pudéssemos ter um tempo razoável de treinamento.

Comente a relação nos bastidores com a estrela e produtora de ‘Cantando na Chuva’, Claudia Raia, e o protagonista Jarbas Homem de Mello.

Claudia e Jarbas são pessoas extremamente generosas. Mais do que colegas de trabalho, se tornaram amigos e parceiros. Aprendi muito com a bagagem teatral dos dois. A coxia com eles é muito divertida. Não existe mau humor. Não tem momento pesado, é tudo leve. Mesmo a Cláudia sendo uma produtora rigorosa, tudo o que ela faz é com amor e paixão. Me senti abraçado.

A formação para teatro musical no Brasil está em bom nível?

Estudei em renomadas instituições no exterior e posso afirmar que nós não precisamos mais sair do Brasil para ter estudo com qualidade. Aqui, possuímos mestres e material artístico capazes de ensinar a dançar, cantar e interpretar com a mesma qualidade das escolas no exterior. No Brasil, a gente ainda bebe muito na fonte americana. Por isso criei um método de treinamento genuinamente brasileiro para atores de musicais. O foco da minha pesquisa foi unificar a interpretação e o canto dotado de uma jornada emocional. Treino o ator para expressar essa emoção da melhor form a possível e ter inteligência cênica para transmiti-la em cena. Qualquer ator pode adotar essa técnica, mesmo aquele que ainda não canta nem dança. Basta estar aberto para experimentar minha metodologia no corpo e na voz.

Já temos artistas tão bons quanto os da Broadway?

O ator de musical brasileiro e o ator da Broadway são muito diferentes. É complicado comparar. Aqui, temos artistas com características interpretativas e de canto que você não encontra nos espetáculos de lá. E vice-versa. A nossa tradição é diferente da americana. Por exigir do ator uma excelência técnica para cantar bem, dançar bem e interpretar bem, o teatro musical é para mim como uma religião. É a minha paixão e meu porto seguro. Não há um dia em que não estudo para conseguir sempre transpor a questão t&e acute;cnica e tocar o coração da plateia.  

De quais produções guarda as melhores lembranças?

Tenho forte memória do musical ‘Tim Maia’, pela união do elenco, que continua muito unido até hoje. A gente se fala, se encontra, uma ‘família Tim Maia’. ‘O Grande Circo Místico’, no qual eu interpretava um palhaço, também teve enorme importância para mim. Por conta das músicas de Chico Buarque e Edu Lobo, era um espetáculo extremamente sensível, profundo e requintado. E, claro, ‘Cantando na Chuva’, onde tive meu maior desafio na carreira. Cada trabalho me dá um presente diferente.

Gostaria de atuar em TV?

Meu interesse pela teledramaturgia é o mesmo em relação ao teatro e ao cinema. Interesse pela arte de interpretar, independentemente da linguagem. Minha maior paixão é pelo teatro musical, mas nosso ofício pede que a gente dê conta de tudo e saiba se adaptar a cada veículo. Na TV, gosto de assistir a programas de humor, como o da Tatá Werneck (‘Lady Night’, no Multishow).

Onde poderemos vê-lo em cena?

Estarei no elenco de ‘Musical Popular Brasileiro’, com direção do Jarbas Homem de Mello, com Danielle Winits e Érico Brás também no elenco; e há o projeto do musical ‘Company’ (um grande sucesso da Broadway), com estreia prevista para o segundo semestre.

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