PUBLICIDADE

Moska destaca a importância da TV para divulgar boa música

Cantor e compositor comanda a segunda temporada do programa ‘Encuentros en Brasil’

29 ago 2018 - 13h19
Compartilhar
Exibir comentários

O Brasil é o único país de língua portuguesa das Américas. Nossos vizinhos aqui no Sul falam espanhol ou castelhano. Essa diferença idiomática interfere na interação cultural entre os povos.

A maioria dos brasileiros não demonstra interesse por música genuinamente latina. Prefere canções em inglês, ainda que não compreenda bem as letras. 

O programa ‘Encuentros en Brasil’ é uma excelente iniciativa de inserir por aqui artistas de língua hispânica e abrir nossa mente à sonora latinidade.

Na atração do canal HBO Max Up, cantores-compositores de nações vizinhas apresentam uma música inédita sobre o Brasil, criada especialmente para a série. A segunda temporada começa hoje às 22h40.

Paulinho Moska durante gravação do ‘Encuentros en Brasil’
Paulinho Moska durante gravação do ‘Encuentros en Brasil’
Foto: Divulgação

Serão exibidos dois episódios por semana, com artistas latinos em viagem pelo País para ter experiências culturais e turísticas.

Os convidados da vez são o uruguaio Roberto Musso (desbravando Brasília e São Paulo); o colombiano Juan Pablo Vega (viajando por Recife e litoral de Pernambuco/Alagoas); a chilena Camila Moreno (no Rio de Janeiro e em Paraty); o argentino Lisandro Aristimuño (em Florianópolis e na Serra Catarinense); e o mexicano Paulino Monroy (circulando por Salvador e Porto Seguro/Trancoso).

O blog conversou com Paulinho Moska, apresentador e curador do programa.

A TV reduziu muito o espaço dedicado à música e aos cantores em geral. Qual a importância de um programa como o ‘Encuentros en Brasil’?

É uma série bem diferente de um programa de TV normal, onde geralmente os artistas apresentam seus sucessos. Criar uma canção, gravá-la num estúdio e filmar um clipe dela em terras brasileiras é uma experiência única para os artistas latinos que participam do ‘Encuentros em Brasil’. E nós assistimos a tudo isso de camarote.

Na sua opinião, por que a maioria dos brasileiros tem pouco interesse na música e na cultura dos países vizinhos?

Vejo a causa desse problema por dois lados: o primeiro é o fato de o Brasil ser um País muito grande, com uma cultura multiplural e extremamente autossuficiente. Somos muitos ‘Brasis’. E como tudo aqui é exuberante, geralmente não nos sobra muito interesse sobre o que está acontecendo na ‘vizinhança’. Por outro lado, vejo poucas iniciativas por aqui para promover o contato com o mundo latino. O preconceito com os hermanos e a subserviência cultural aos Estados Unidos e à Europa nos cegam e nos ensurdecem em relação à cultura latino-americana. É lamentável, porque assim nos enfraquecemos como continente e como povo. A série tenta sugerir que esse tão necessário encontro possa se dar de forma mais efetiva e contundente, através da arte, da música e da poesia.

Dos 10 episódios de ‘Encuentros em Brasil’, quais você destaca?

Essa é a pergunta mais difícil, porque cada artista convidado tem sua própria força, e eu os escolho principalmente pela capacidade de serem únicos e poderosos. Alguns se destacam pela sutileza, outros, pelo exagero. Uns são mais poéticos, outros, mais performáticos. Há tanta diversidade no mundo latino quanto no Brasil.

Acima, os músicos Roberto Musso e Camila Moreno; abaixo, Paulino Monroy e Lisandro Aristimuño: convidados estrangeiros desbravam o Brasil
Acima, os músicos Roberto Musso e Camila Moreno; abaixo, Paulino Monroy e Lisandro Aristimuño: convidados estrangeiros desbravam o Brasil
Foto: Divulgação

Você já esteve em algumas trilhas de novelas, como ‘O Fim do Mundo’, ‘Laços de Família’ e ‘Império’. Acha que a teledramaturgia é uma boa plataforma para divulgação de músicos com trabalho autoral?

O audiovisual se tornou o maior veículo contemporâneo para divulgação de música. Não só nas novelas, mas também nos filmes, séries e canais de plataformas como o YouTube. Podemos considerar que estamos na era da ‘música visual’. Não é mais só som, mas também imagem. O Brasil faz as melhores novelas do mundo, sempre ganham prêmios internacionais, e é realmente um privilégio eu ter algumas músicas minhas nas trilhas. Como utilizo muitas metáforas nas minhas letras, minhas canções acabam servindo para potencializar a dramaturgia das cenas.

Qual seu trabalho em TV que o deixou mais satisfeito?

Apresento a série ‘Zoombido’ no Canal Brasil há 12 anos (toda quinta às 21h30). Nela, eu converso com compositores e cantores sobre seus processos de composição. Cada convidado canta três canções autorais e eu faço um dueto tocando e cantando com eles, além de fotografá-los através de um tijolo de vidro que gera um retrato muito diferente e expressivo. Já estive com mais de 270 artistas. É o meu maior orgulho na TV.

Veja também

Débora Nascimento assume falta de memória após ser mãe: 'Cérebro fica diferente':
Sala de TV Blog Sala de TV - Todo o conteúdo (textos, ilustrações, áudios, fotos, gráficos, arquivos etc.) deste blog é de responsabilidade do blogueiro que o assina. A responsabilidade por todos os conteúdos aqui publicados, bem como pela obtenção de todas as autorizações e licenças necessárias, é exclusiva do blogueiro. Qualquer dúvida ou reclamação, favor contatá-lo diretamente no e-mail beniciojeff@gmail.com.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade