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Jeff Benício

Lésbica mais poderosa da TV vê a destruição de sua imagem

Acusações de bullying e estrelismo podem gerar prejuízo de milhões de dólares a Ellen DeGeneres e acabar com sua carreira na TV

7 ago 2020 - 14h48
(atualizado às 17h10)
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Cedo ou tarde, toda unanimidade é destruída. Acaba de acontecer com Ellen DeGeneres. A mais famosa e bem-sucedida apresentadora de programa diário da TV norte-americana sofreu gradativo desgaste de credibilidade nas últimas semanas.

Ellen DeGeneres experimenta a destruição de biografia que já acabou com várias carreiras da TV
Ellen DeGeneres experimenta a destruição de biografia que já acabou com várias carreiras da TV
Foto: Reprodução

Ex-funcionários de sua produtora postaram na internet dezenas de acusações de racismo, homofobia, gordofobia, assédio moral e exploração no trabalho praticados por superiores que tinham a confiança da artista. Sobre ela pesa a suspeita de negligência e cumplicidade.

Para piorar, disseram que a própria Ellen tinha comportamento tóxico nos bastidores de sua atração. Não gostava que olhassem diretamente para ela. Eventualmente, tinha ataques de estrelismo. Aquela mulher sempre alegre e afável seria, na verdade, um personagem.

A apresentadora divulgou uma carta aberta lamentando as reclamações e fez um vídeo de mea-culpa. O efeito foi inócuo. A situação piorou com nova denúncia: ela teria infernizado a vida de um garoto de 11 anos na época em que ambos moravam no estado da Louisiana. Hoje com 52 anos, o homem contou a um jornal que era xingado de "gordo" por ter sobrepreso.

Esse tsunami de desabafos cheios de sofrimento e tristeza desconstroem o discurso humanista de Ellen DeGeneres na TV. A estrela do canal NBC sempre pregou o exercício da empatia, a igualdade entre as pessoas e o combate a qualquer preconceito. Usava seu próprio exemplo de mulher lésbica vítima de discriminação na árdua trajetória até o sucesso. Ícone de bem-estar, agora ela mais parece uma fraude.

Das centenas de celebridades que participaram de seu programa nos últimos 17 anos, apenas o ator Ashton Kutcher e a cantora Katy Perry a defenderam publicamente. Ambos foram criticados por ignorar a gravidade dos fatos narrados por quem padeceu atrás das câmeras enquanto os telespectadores se divertiam com o maravilhoso mundo pintado por Ellen.

A falta de uma resposta crível por parte da apresentadora piora o quadro. Ela parece anestesiada diante dos ataques. Talvez ainda custe acreditar que seu poder e status estão derretendo. O próximo a ser afetado será o bolso. Anunciantes estudam suspender comerciais nos intervalos da atração e cancelar campanhas publicitárias previstas no pós-pandemia.

O retorno dela como host da cerimônia do Oscar se tornou improvável. Alguns ex-colaboradores pretendem entrar na Justiça a fim de pedir indenização por danos morais. O planeta assiste a um ídolo do entretenimento despencando do pedestal, assim como as estátuas de vilões da história destruídas pelos movimentos antirracistas nos últimos meses.

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