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Jeff Benício

Globo vive crise de criatividade e audiência nas novelas

Atuais produções enfrentam problemas que afastam os telespectadores e geram pouca repercussão nas redes sociais

14 jan 2019 - 11h20
(atualizado às 11h28)
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Em 2015, ano de seu cinquentenário, a Globo foi abalada por maus resultados na teledramaturgia.

Novela na penumbra: 'O Sétimo Guardião' não empolga os noveleiros nem as redes sociais
Novela na penumbra: 'O Sétimo Guardião' não empolga os noveleiros nem as redes sociais
Foto: TV Globo / Divulgação

Na faixa principal, a das 21h, Babilônia e A Regra do Jogo sofreram rejeição por boa parte do público. Terminaram com média de 25 e 28 pontos, respectivamente.

A meta de registrar mais de 30 pontos foi alcançada novamente com A Força do Querer (36), O Outro Lado do Paraíso (38) e Segundo Sol (33).

A estreia de O Sétimo Guardião, em novembro, instalou nova crise no departamento de novelas da emissora carioca.

Exibidos 54 capítulos (um terço da duração prevista), o folhetim que ressuscitou o realismo fantástico no horário nobre não avança além dos 27 pontos de média no Ibope.

A esta mesma altura, Segundo Sol já tinha 31 pontos; O Outro Lado do Paraíso, 33; e A Força do Querer, 31.

Assim como O Sétimo Guardião, O Outro Lado do Paraíso também estreou no período de fim de ano – época de festas e férias, na qual as pessoas ligam menos a TV – e teve problemas dramatúrgicos na largada. A Globo agiu rápido e logo a novela entrou no eixo.

Com a produção do momento, as correções ainda não surgiram efeito. O calendário agrava a preocupação: vem aí uma nova fase de fuga de telespectadores, o Carnaval.

O autor Aguinaldo Silva, que em 2014 recuperou a faixa das 9 da noite com o bom desempenho de Império, promete uma reviravolta no capítulo 100 de O Sétimo Guardião, no início de março.

Ainda que venha a reconquistar parte dos 6 pontos perdidos desde o desfecho de Segundo Sol (algo em torno de 20% dos telespectadores), tudo indica que a novela terá um resultado final abaixo das antecessoras.

O folhetim sofre as consequências de tramas sem emoção nem suspense, protagonistas apáticos, escassez de humor e ritmo sonolento.

Às 19h30, O Tempo Não Para perdeu parte do brilho inicial, com médias semanais de quase 30 pontos, por conta de uma enrolação desagradável. A novela passou a girar em torno de si mesma, sem novidades ao público.

A queda de audiência começou em novembro. O período de comemorações acentuou o esvaziamento dos índices. Na média geral, está 2 pontos atrás da produção anterior no horário, a irregular Deus Salve o Rei.

Outro problema está no início do horário nobre. Com apenas 17 pontos, Espelho da Vida caminha para se tornar a novela das 18h com a pior audiência desde 1975, quando foi criada essa faixa de ficção no canal.

A trama com fundo espiritualista se arrasta sem chegar a lugar algum. Um vai e vem modorrento entre o passado e o presente. O casal principal não possui química romântica e alguns bons personagens não recebem o espaço merecido.

Num momento de explosão de criatividade das séries nos canais pagos e serviços de streaming, a Globo sofre revés com seu principal produto de teledramaturgia.

As novelas sempre sobrevivem às crises pontuais, porém, hoje em dia, está cada vez mais difícil recuperar o telespectador que se foi.

A falta de repercussão relevante das tramas nas redes sociais sinaliza o desinteresse das novas gerações. Sem conquistar esse público novo, a velha telenovela corre o risco de decadência contínua.

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