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Emissoras de TV não resistem ao dinheiro das igrejas

23 mai 2014 - 11h51
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A televisão aberta no Brasil vive um momento perigoso. A ameaça é contra a liberdade de expressão e o direito do telespectador receber uma programação diversificada e isenta de doutrinação. Como foi anunciado no início de maio, a CNT deixará de exibir programas jornalísticos e de entretenimento para ter sua grade ocupada pela Igreja Universal do Reino do Deus. Serão 22 horas por dia de cultos, talk shows de pastores e entrevistas com fiéis. O mesmo já acontece com a Rede 21.Em São Paulo, denominações evangélicas também locam horários na Band, RedeTV! e TV Gazeta. Dos principais canais da TV aberta, apenas a Globo e o SBT se recusam a vender espaço para igrejas. O SBT é, de acordo com o dono, Silvio Santos, uma "casa judaíca". Por essa razão ele sempre recusou propostas financeiras de igrejas.Já a Globo mantém ligação forte com a Igreja Católica. Aos domingos, das 5h35 às 6h35, a emissora transmite ao vivo o programa 'Santa Missa'. A atração está no ar desde 1968. Atualmente a celebração é feita pelo padre Parcelo Rossi. Apesar dos conhecidos conflitos com a Igreja Universal, em função da concorrência com a Record, controlada pelo Bispo Edir Macedo, a Globo flerta cada vez mais com os evangélicos.O canal da Família Marinho tenta não ser rejeitado pelo telespectador convertido, que representa uma parcela crescente da população. Eventualmente exibe programas especiais com astros da música gospel. Por enquanto, a relação entre a Globo e os evangélicos permanece gélida.A presença das igrejas na TV representa um perigo no campo ideológico. Emissoras são concessões públicas. Não deveriam impor uma doutrina de fé ao público, seja ela evangélica, católica ou de outra religião. Porém alguns canais não resistem à montanha de dinheiro oferecida por igrejas, que são verdadeiras corporações financeiras. Locar um horário na programação significa lucrar sem ter de gastar com produção própria. É quase uma tentação bíblica para o departamento comercial das TVs.No caso da CNT, a ocupação da grade pela IURD gerou a demissão de 120 funcionários: jornalistas, produtores, editores, técnicos. Resultou ainda num cardápio menor de informação e entretenimento para o telespectador que não assina canais pagos.Essa crítica não é um ataque às igrejas, que têm o direito de usar todas as plataformas de mídia para se comunicar com seus seguidores. O problema é transformar a televisão num tribunal dogmático, onde pessoas que não pertençam àquela crença são julgadas moralmente. E ainda num meio de captação de dinheiro, a partir dos apelos dramáticos feitos pelos pastores.A ocupação da TV aberta pelas igrejas não tem volta. Os que buscam conforto espiritual diante da telinha terão cada vez mais opções. Quem não quer ser doutrinado pode usar o controle remoto.
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