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Além do Tempo resgata o prazer de acompanhar uma boa novela

22 out 2015 - 09h00
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Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso), no passado e no presente (Fotos: Estevam Avellar e Fabio Rocha/TV Globo)
Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso), no passado e no presente (Fotos: Estevam Avellar e Fabio Rocha/TV Globo)
Foto: Sala de TV

Há muito tempo ouvimos que a teledramaturgia brasileira precisa se reinventar. Pois a autora Elizabeth Jhin escutou a recomendação.

Sua novela atual, a bem-sucedida Além do Tempo, exibida na faixa das 18h da Globo, apresenta ao público uma ousadia digna de aplausos.

Um salto no tempo, do século XIX aos dias atuais. É quase uma nova novela, ainda que o elenco tenha sido mantido, assim como o nome dos personagens.

Não é, obviamente, a primeira passagem de tempo numa produção de ficção na TV. Muitos autores já começaram sua trama em determinado período, numa espécie de introdução à história, e depois a trouxeram para a atualidade.

Além do Tempo se difere não apenas pela mudança expressiva de tempo (cerca de 120 anos à frente), como também por isso acontecer de maneira radical na metade da novela.

Trata-se de uma novidade capaz de renovar o interesse do telespectador. Uma das críticas mais comuns, e pertinentes, é a 'barriga' perceptível na maioria dos folhetins.

Ou seja, tramas são esticadas além do necessário apenas para preencher o tempo, 'enrolando' o noveleiro. Isso não aconteceu na primeira fase de Além do Tempo.

Ao oferecer ao público duas novelas em uma, Elizabeth Jhin promoveu a oxigenação do formato. Bom seria se toda produção de teledramaturgia com longa duração tivesse uma virada assim, coerente e criativa.

Além disso, destacam-se os acertos na atuação inspirada dos atores, na direção discreta e correta, no apuro estético (dos cenários ao figurino) e, sobretudo, no enredo forte, crível e emocionante.

Além do Tempo recuperou aquela sensação aprazível de passar uma hora diante da TV, desligando-se dos problemas cotidianos, para embarcar num mundo à parte. Uma novela que cumpre o que promete, sem invencionices nem pretensões.

Elizabeth Jhin também mostra-se habilidosa ao lançar mão de um elemento dramatúrgico comum — o avanço na linha do tempo — para abordar a reencarnação.

A autora mineira é craque em destrinchar a temática espiritualista de maneira compreensível e não conflituosa a pessoas de qualquer crença, como já vimos em outras novelas dela, como Amor Eterno Amor (2012) e Escrito nas Estrelas (2010).

Após 87 capítulos exibidos, Além do Tempo registra média de 20 pontos no Ibope. Índice excelente para a faixa das 18h, ainda mais se comparado aos resultados parciais das novelas das 19h, I Love Paraisópolis (23.5 pontos), e das 21h, A Regra do Jogo (24.9).

Resta torcer para que o novo ciclo da novela seja tão bom quanto a sua fase de época.

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