Autor surpreende ao repetir final de Carminha com Zoé em ‘Todas as Flores’
As vilãs conquistaram o público por injetar dose generosa de deboche nas maldades contra mocinhas
Assim como aconteceu com Carminha (Adriana Esteves) no desfecho de ‘Avenida Brasil’, em 2012, a Zoé (Regina Casé) de ‘Todas as Flores’ assumiu a culpa por crimes para inocentar uma pessoa próxima.
No folhetim passado, a ‘esposa exemplar do Divino’ confessou ter matado o amante e cúmplice Max (Marcello Novaes) para tirar a acusação sobre Lucinda (Vera Holtz).
Agora, na novela do streaming, a mãe bandida admite o que fez a fim de impedir uma injustiça contra Maíra (Sophie Charlotte).
A redenção de ambas surpreendeu o público nos dois casos. Imaginou-se que terminariam mofando numa cela ou mortas.
Cada uma em sua trama, as malévolas Carminha e Zoé cumpriram pena em presídio, mas logo foram soltas e – olha a coincidência – reencontraram suas inimigas bondosas, Nina e Maíra, que acenaram com o perdão.
Nos dois casos, o autor João Emanuel Carneiro não agradou a todos ao optar por uma resolução tão romantizada. Parcela relevante da audiência preferia uma lição impiedosa nas antagonistas.
Protestos à parte, ‘Avenida Brasil’ e ‘Todas as Flores’ foram um sucesso. O dramaturgo reconquista com a produção do Globoplay o prestígio arranhado com suas novelas anteriores, ‘Segundo Sol’ e ‘A Regra do Jogo’, menos prestigiadas pelo público e alvo de variadas críticas na imprensa.