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Autor da Globo critica gays homofóbicos e denuncismo sexual

Aguinaldo Silva criou serial killer que vai matar homossexuais em sua próxima novela

8 jan 2018 - 15h15
(atualizado às 15h16)
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Aguinaldo Silva é detestado por muitos militantes gays em razão de não seguir o discurso ‘politicamente correto’
Aguinaldo Silva é detestado por muitos militantes gays em razão de não seguir o discurso ‘politicamente correto’
Foto: Renato Rocha Miranda/TV Globo

Quer polêmica? Basta seguir o perfil @aguinaldaosilva no Twitter. Diariamente, um dos mais bem-sucedidos autores de novelas da Globo posta mensagens que são verdadeiras manchetes prontas para a imprensa.

Jornalista experiente, Aguinaldo Silva sabe suscitar curiosidade e se autopromover. Sempre com sarcasmo e, às vezes, generosa dose de veneno contra personalidades midiáticas e colegas de profissão.

No dia 5 de janeiro, o autor de sucessos como ‘Tieta’ (1989) e ‘Senhora do Destino’ (2004) reclamou da perseguição que diz sofrer de homossexuais.

“Descobri uma coisa terrível: das pessoas que me hostilizam e dizem aberta que não gostam de mim, a maioria é gay. É difícil de entender, já que sou um deles. Será que existem gays homofóbicos? Acho que sim.”

Este tweet recebeu mais de 6 mil curtidas e gerou discussão entre boa parte dos 700 mil seguidores do perfil do novelista no microblog.

Silva criou vários personagens gays que conquistaram lugar de destaque na teledramaturgia brasileira.

Entre eles, o cozinheiro Bernardinho (Thiago Mendonça) de ‘Duas Caras’ (2007), o mordomo Crô (Marcelo Serrado) de ‘Fina Estampa’ (2011) e o blogueiro Téo Pereira (Paulo Betti) de ‘Império’ (2014).

Trata-se de um escritor que não faz merchandising social explícito. Ele usa o humor e a sutileza para denunciar questões como a homofobia.

Sua principal preocupação é garantir o entretenimento do telespectador, sem necessariamente agradar ativistas do movimento LGBTT – aliás, já disparou críticas ao que considera equívocos da militância atual.

Essa postura irrita muitos gays que o veem como inimigo da causa, ainda que tenha sido um dos precursores do discurso pelos direitos dos homossexuais brasileiros.

Aguinaldo foi membro fundador do jornal ‘O Lampião da Esquina’, com conteúdo dirigido ao público gay. O tabloide circulou de 1978 a 1981, driblando a censura imposta pela ditadura militar.

Além de denunciar a homofobia praticada por certos gays, o novelista também costuma reclamar do preconceito contra velhos – ele está com 74 anos – e a onda de ‘denuncismo’ de assédio sexual.

“O fato é que, neste momento, através de fofoca, disse-me-disse ou carta anônima, qualquer pessoa pode ter a vida destruída por causa de uma acusação de assédio sem que nada precise ser comprovado”, postou no Twitter.

“Não que eu seja a favor de quem assedia. Mas a única maneira de denunciar um crime é através de uma queixa formal na polícia.”

Ele foi o único autor da Globo a sair em defesa de José Mayer, acusado de assediar uma figurinista nos bastidores da novela ‘A Lei do Amor’.

Por conta da repercussão negativa, a emissora colocou o veterano galã na ‘geladeira’, sem previsão de voltar a atuar. Mayer estava escalado para ‘O Sétimo Guardião’, próximo folhetim das 21h de Aguinaldo Silva.

Novela esta que promete irritar e chocar a comunidade gay. Um dos personagens principais será um serial killer de homossexuais.

Quem conhece um pouco da crônica policial brasileira sabe da existência de alguns criminosos com este perfil.

Em São Paulo, por exemplo, existiu o Maníaco do Trianon, que na segunda metade da década de 1980 atacava gays no Parque Siqueira Campos, mais conhecido como Trianon, na Avenida Paulista.

Os homossexuais que detestam @aguinaldaosilva podem se preparar: vem chumbo grosso por aí no horário nobre da Globo – em forma de ironia, é claro.

Fonte: Terra
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