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Tóia Ferraz reflete sobre personagem em série de Ângela Diniz e fala de dor e poder feminino: 'Desafio enorme'

Em entrevista à Contigo!, Tóia Ferraz fala sobre os desafios da série e aborda como sua última perda gestacional a inspirou no teatro

14 out 2025 - 17h12
(atualizado às 17h45)
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A atriz Tóia Ferraz está entre os destaques da série Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, produção que revisita um dos casos mais marcantes da história criminal brasileira, e que estrerá na HBO Max em novembro. Na trama, ela interpreta Marion, uma atriz da alta sociedade dos anos 1970, livre e irreverente, que faz parte do círculo íntimo da protagonista. Em entrevista à Contigo!, a atriz falou da nova fase na carreira.

Tóia Ferraz reflete sobre personagem em série sobre Ângela Diniz e fala sobre dor, reinvenção e poder feminino
Tóia Ferraz reflete sobre personagem em série sobre Ângela Diniz e fala sobre dor, reinvenção e poder feminino
Foto: Fotos: Divulgação / Contigo

"Foi uma surpresa. Eu tinha feito dois testes, primeiro pra personagem da Lulu (interpretada lindamente pela Camila Márdila) e depois pra Marion. Quando saiu a aprovação, uns dois meses depois, coincidentemente eu estava no Rio. Imediatamente fui tomar um banho de mar pra agradecer. A Marion é uma mulher livre, irreverente e que sabe ser feliz. Foi muito interessante interpretar uma atriz dos anos 70 e refletir sobre quais dores e alegrias compartilhamos", revelou a atriz.

O processo de preparação e o mergulho nos anos 1970

Para construir Marion, Tóia mergulhou no contexto artístico e político da década de 1970, além de estudar referências reais da época. "Estudei bastante o contexto artístico e político da época, além de assistir a alguns filmes da Monique Lafond, atriz na qual a Marion foi livremente inspirada. Tivemos também a sorte de contar com a Helena Varvaki na preparação de elenco e nossos encontros foram preciosos", ela explicou.

A artista conta que o processo coletivo foi fundamental para a construção da personagem e da relação entre as mulheres da trama "Foi ali que nasceu o elo entre as personagens femininas, algo muito forte no roteiro e que eu espero que a gente tenha conseguido transpor pra história. Lembro que, no primeiro dia de preparação, a Marjorie nos mostrou alguns passinhos típicos dos anos 70 que ela vinha estudando para as cenas das amigas na boate. A gente se jogou, riu muito, e ali eu já entendi que seria um processo afetivo e repleto de trocas".

De vilã à mulher solar

Depois de interpretar sua primeira vilã em C.I.C - Central de Inteligência Cearense, a atriz viveu o desafio de transitar para um papel com energia totalmente oposta. "Realmente, existe um abismo entre elas. A Koorola é sagaz, manipuladora e, por vezes, cruel. Já a Marion é solar, observadora e parceira; são energias completamente distintas" disse Tóia.

Tóia explica que o processo de construção das personagens passa por um estudo profundo e uma transformação completa. A caracterização, segundo ela, é um elemento essencial para acessar a "partitura interna" de cada figura que interpreta. "Na pele da Koorola, usei uma peruca preta, unhas enormes e um figurino quase todo em preto e branco. Já a Marion trazia o oposto: cabelo loiro platinado, figurinos coloridos e vibrantes, típicos dos anos 70. Esses elementos externos me ajudam a encontrar a partitura interna de cada personagem", explicou.

Primeiro solo autoral

No teatro, Tóia estreia seu primeiro espetáculo solo, Eu Quero Ver, em que aborda a perda gestacional — tema ainda pouco discutido publicamente. Segundo a artista, sua motivação foi a solidão que sentiu durante essa jornada e a percepção de que havia um mar de mulheres vivendo experiências semelhantes, em silêncio "A perda gestacional ainda é um grande tabu, e eu quis falar sobre isso relacionando-o especialmente ao universo do trabalho".

Ela relembra o período em que passou por uma perda enquanto gravava uma série, e como isso se tornou ponto de partida para a criação do espetáculo. "Sou atriz, e durante a minha última perda eu estava gravando uma série em que interpretava uma mulher sensual — quando, na verdade, a última coisa que eu sentia era a minha própria sensualidade. Ao mesmo tempo, não me sentia confortável em dividir o que estava vivendo no ambiente profissional. Foi um desafio enorme conciliar essas duas realidades".

O espetáculo parte de uma pergunta universal: Como lidar com uma dor profunda sem que ela afete o desempenho profissional? "Essas perguntas foram o ponto de partida do espetáculo, um desejo de romper o silêncio e transformar dor em diálogo".

O papel da mulher

Reconhecida por usar a arte como instrumento de provocação e reflexão, Tóia defende que o olhar feminino tem um papel essencial em reescrever narrativas. Ela observa que, por muito tempo, o protagonismo foi masculino, e que ver mulheres complexas nas telas é transformador.

"Ver mulheres ocupando esse espaço, com suas ambiguidades e imperfeições, é algo profundamente libertador e transformador. A atuação feminina tem esse poder: o de reescrever a narrativa da sociedade ao mostrar que podemos ser tudo: frágeis e fortes, contraditórias e coerentes, amorosas e ambiciosas", revelou a atriz.

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