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No Rio, Slash diz não ter voltado a usar drogas

6 abr 2011 - 18h21
(atualizado às 18h43)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

Nada de Axl Rose, nada de assuntos familiares. Portando o mesmo semblante emblemático, cartola e cabelos que estampa na capa do game Guitar Hero e que o deixou marcado como ícone da guitarra nos anos 90, Slash falou sobre o trabalho solo, Velvet Revolver e os shows no Brasil durante quase uma hora de entrevista coletiva no Hotel Sheraton, onde está hospedado.

"Não tive caídas. Cheguei a um ponto que saturei e realmente parei com drogas e álcool", declarou, com a voz rouca e introspectiva. Slash, 45 anos, que carrega um marcapasso para controlar seus batimentos cardíacos, afirma dedicar 24 horas por dia nos sete dias da semana à música. "Quem convive comigo, minha família, tem que saber lidar com isso. Quando não estou escrevendo música, estou tocando. Essa é a minha vida", disse.

Slash começa a passagem da turnê We´ll Gonna Die nesta quarta-feira (6), no Rio de Janeiro, e segue para São Paulo, onde toca no HSBC Brasil na quinta-feira (7). A sequência de shows no Brasil termina na sexta-feira (8), no Master Hall, em Curitiba.

Na setlist, o guitarrista promete incluir músicas do seu novo disco solo, em que artistas como Ozzy Osbourne, Fergie, Chris Cornell e Dave Grohl assumiram os vocais de suas músicas, além de sucessos do Guns´n Roses e das bandas Velvet Revolver e Snakepit. Quem vai segurar os vocais será Myles Kennedy (Alter Bridge), que participou de duas faixas no disco e vem colaborando nos últimos trabalhos de Slash.

Como surpresa, Slash não descarta a participação de Ozzy Osbourne na apresentação de hoje no Rio. "Tanto ele quanto eu trabalhamos feito máquina. É muito difícil conciliar agendas. Mas caso ele apareça hoje, a banda está preparada", afirmou.

O solista de Sweet Child O'Mine, afirmou que tocar no Brasil pela primeira vez (com o GNR, em 1991) foi uma experiência marcante. "É algo que a gente nunca esquece. Não consigo lembrar nada pontual. Recordo que a coisa como um todo foi sensacional", contou.

Slash disse também que não é muito de passear pelas cidades que visita. "Sou daqueles que ficam no quarto. Alguém teria que me arrastar para fora. Lembro que fomos em uma floresta no Rio, procurar cobras, e fomos naquele museu de répteis em São Paulo que depois pegou fogo (Instituto Butantan)", lembrou.

Parceria com Myles Kennedy

Sem poupar elogios para o vocalista que o acompanha em turnê, Slash conta como foi o encontro com Myles Kennedy: "Tinha duas músicas já compostas que não conseguia pensar no cantor. Ouvia falar desse cara, mas não conhecia. Quando fiquei sabendo que o Led Zeppelin chamou tinha chamado ele para uma turnê, pensei: 'esse cara deve ser bom'. Chamei ele para cantar Starlight, passei uma demo. Na hora, vi que era o que estava procurando. Gostei dele, achei um artista muito talentoso".

Apesar de confirmar que está trabalhando em um novo álbum solo com Kennedy, Slash manteve mistério sobre o Velvet Revolver. "Não será ele (o novo vocalista). O Myles tem a sua banda (Alter Bridge) e seria muito difícil para todos os integrantes encontrar tempo para tocar e ensaiar. Só comigo e com ele fica mais fácil", disse.

Chapéu

Camiseta branca com estampa do Mickey Mouse, calça de couro preta com uma corrente pendurada do lado direito. Só faltava a Guibson em punho e o cigarro desleixado na boca para compor o cenário. Slash, que seria reconhecido por poucos se não estivesse acompanhado dos apetrechos característicos, fala com desenvoltura da cartola que parece parte inseparável de sua cabeça: "Cara, tenho essa desde os anos 90. Ela foi roubada, mas eu recuperei. Tenho algumas outras para substituir se for o caso. É bem barata. Coloco um cinto em volta, então fica legal, mas o material não é caro", afirmou o guitarrista. Em sua biografia, Slash disse ter furtado de uma loja o primeiro chapéu que usou.

Cantores favoritos

Sem citar seu ex-parceiro de GNR e desafeto desde que a banda se separou, Slash enumerou diversos cantores com quem se orgulha de ter tocado: "Rey Charles foi incrível, cara. Michael Jackson, Bob Dylan, Steve Tyler... É algo que acontece espontaneamente. Cada um tem seu estilo, sua maneira de ser brilhante. É como o guitarrista, não tem o melhor. Cada um tem sua peculiaridade". O guitarrista confessou que ainda espera tocar um dia com Steve Wonder.

Slash afirmou que conhece música brasileira, mas que não lembra de nomes. "O único que me recordo é Sepultura, minha mulher saberia citar muitos outros", disse. O guitarrista vê como um reconhecimento à sua música o fato de ser apreciado e fazer shows em outros países de cultura e línguas diferentes, como Japão e Brasil. "Gosto muito de tocar fora. Não entendo bandas que ficam só nos Estados Unidos. Não sei como o Aerosmith levou 30 anos para sair! A música extrapola as fronteiras, é um sinal de que o que estou fazendo é bom", afirmou. Slash havia tocado no Brasil pela última vez abrindo o show do Aerosmith em 2007, ainda com o Velvet Revolver.

Slash começa a passagem da turnê We´ll Gonna Die nesta quarta-feira (6), no Rio de Janeiro, e segue para São Paulo na quinta-feira (7)
Slash começa a passagem da turnê We´ll Gonna Die nesta quarta-feira (6), no Rio de Janeiro, e segue para São Paulo na quinta-feira (7)
Foto: Roberto Filho / AgNews
Fonte: Especial para Terra
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