PUBLICIDADE

Lollapalooza

Patrocínio Logo do patrocinador

Lollapalooza Brasil 2019 começa e aceita o destino de ser jovem

Arctic Monkeys encerra o primeiro dia do festival; Kendrick Lamar, Kings of Leon e Tribalistas tocam nos outros; ainda há ingressos

5 abr 2019 - 03h10
(atualizado às 19h24)
Compartilhar
Exibir comentários

A oitava edição do Lollapalooza Brasil começou nesta sexta-feira, 5, no Autódromo de Interlagos em São Paulo, jogando com uma fórmula já testada e aprovada pelos fãs embaixo do braço: bandas grandes com público cativo, como Arctic Monkeys (sexta) e Kings of Leon (sábado), inúmeros atos de tamanho médio com sonoridades eletrônicas e um par de surpresas boas. 

A façanha de trazer Kendrick Lamar não é pouca coisa. O artista californiano foi o primeiro autor de música popular a ganhar um prêmio Pulitzer (em 2018, pelo álbum DAMN., do qual ele tira 9 das 18 faixas de sua turnê pela América do Sul até aqui). Desde 2012, quando lançou Good Kid, M.A.A.D City, Lamar é reconhecido por fãs e crítica como o maior rapper de sua geração - a geração que viu, afinal, o hip hop se tornar o estilo de música mais ouvido no mercado americano. Ele finalmente pisa no Brasil agora, no domingo, pela primeira vez.

Show da banda Fever 333 no primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2019
Show da banda Fever 333 no primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2019
Foto: Ale Frata / Código19/Estadão Conteúdo

Ainda há ingressos para todos os dias do festival. O Lolla Pass (entrada do três dias) custa R$1,8 mil (meia entrada: R$900) e o Lolla Day sai por R$800 (meia: R$400). Para quem não puder ir ao festival, o Multishow e o canal Bis transmitem o evento, diariamente, a partir das 14h (e também por streaming).

São 4 palcos, 600 mil metros quadrados e 72 atrações, 32 delas nacionais. São nomes de destaque no cenário independente, como Letrux, BK, Rashid, Silva, Liniker, mas também algumas apostas, entre elas, a banda da cantora e compositora Brvnks e o grupo Catavento. Pela primeira vez, um grupo brasileiro ganha status de headliner: os Tribalistas sobem ao palco principal do evento nesta sexta-feira, 5, depois de lotar estádios por todo o Brasil.

Se a fórmula existe, porém, é possível notar um pequeno desvio. Depois de ter investido por dois anos seguidos em "monstros" de festivais de rock, como Metallica, Red Hot Chili Peppers e Pearl Jam, o Lollapalooza Brasil deste ano não tem nenhum nome assim, e pelo menos 34 atrações se encaixam em padrões de pop e eletrônica. Além das já citadas Arctic Monkeys e Kings of Leon, e o Interpol, representantes de um indie rock forte dos anos 2000, outras poucas se encaixariam com facilidade na definição do rock and roll: Lenny Kravitz, Greta Van Fleet, Foals, Bring Me The Horizon e The Struts. E só. Restavam poucas dúvidas, mas em 2019 o Lollapalooza parece que resolveu abraçar seu destino de ser (muito) jovem.

Hoje, quem encerra o primeiro dia de festival é o Arctic Monkeys, em sua segunda aparição no line-up do evento no Brasil (a primeira foi em 2012).

A banda inglesa formada em 2002 está em sua fase mais introspectiva. Tranquility Base Hotel & Casino, o sexto disco, lançado em 2018, trouxe camadas mais densas e letras mais reflexivas para uma banda que se consagrou nas pistas de dança. O trabalho teve uma recepção mista de crítica e de público, provando a inquietude da banda. Algumas das mais comentadas reações de fãs no Twitter exigia que "o Arctic Monkeys lançasse o álbum com guitarras agora mesmo!", outra dizia que o disco soava com "Frank Zappa com Xanax" e uma pessoa denominava a nova fase do grupo como o "Spandau Ballet de ficção científica".

Os novos sons, porém, orientados por estruturas de sintetizadores, muito piano e menos guitarras, agradou a banda. Falando por telefone de Los Angeles, o baterista Matt Helders explicou que as mudanças ocorreram de maneira natural - o grupo seguiu gravando as canções ao vivo no estúdio, na maioria, agora com outros músicos e mais instrumentos (ele se arrisca nas teclas na faixa Science Fiction, por exemplo).

"Fiz isso (tocar com o Arctic Monkeys) metade da minha vida, nós começamos a banda no final da minha adolescência. Qualquer pessoa muda muito entre a idade de 16 e 32. E isso aparece no que fazemos na música. O que é emocionante ao gravar discos é que existe a chance de fazer algo diferente e não apenas uma coisa para o resto de sua vida", explica.

Nas duas últimas vezes que a banda esteve em São Paulo eles visitaram o Astronete (balada na Rua Augusta, agora fechado). Ainda há ânimo para as festas nas turnês? "Olha, fica cada vez menos maluco. Foi bom que tivemos um intervalo grande entre shows antes do último álbum. É bom fazer discos, mas adoramos fazer turnês. É o melhor trabalho do mundo, cara. Sobre festas, não sei. Às vezes você quer ficar maluco e as pessoas ficam olhando… então, depende", ri o músico.

Lollapalooza Brasil

Autódromo de Interlagos. Avenida Senador Teotônio Vilela, 261, Interlagos, São Paulo - SP. 5, 6 e 7 de abril de 2019. Abertura dos portões: 11h. R$ 1,8 mil (três dias) a R$ 800 (um dia).

Veja também:

Rashid sobre show no Lolla: "No palco, dou 200% de mim":
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade