Festival João Rock tem edição marcada por ativismo, homenagem e êxodo para o interior paulista
Com público de 80 mil pessoas, festival reuniu diferentes tribos em uma única festa em Ribeirão Preto; veja como foi
O Festival João Rock 2025, realizado em Ribeirão Preto (SP), atraiu 80 mil pessoas, teve discursos políticos, diversidade musical e destacou-se pela organização exemplar.
Ribeirão Preto (SP) é a 8ª cidade mais populosa do estado de São Paulo. Nos últimos dias, porém, o município ficou ainda mais movimentado — especialmente neste sábado, 14 de junho de 2025 — por conta da realização do Festival João Rock.
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O evento anual, que está prestes a completar três décadas — atualmente em sua 22ª edição — provocou um verdadeiro êxodo para o interior paulista. Segundo fonte ouvida pelo Terra, a estimativa de público foi de 60 mil pessoas, o dobro do que os tradicionais rodeios, realizados no mesmo local, costumam atrair. Além disso, estima-se que apenas 20% do público seja de Ribeirão, os 80% vem do Brasil inteiro.
Tarde de música e posicionamento
Os shows da tarde tiveram tom político. Sandra de Sá, por exemplo, entoou cantos contra o racismo e o etarismo. A rapper Duquesa trouxe para o palco a força de seu discurso de empoderamento feminino. “Não importa o que você faça, seja a melhor naquilo que se propõe”, disse a rapper à reportagem.
Noite de clássicos e homenagens
Mesmo com as temperaturas mais baixas à noite, o público não se intimidou e acompanhou shows de Barão Vermelho, Cidade Negra e Falcão. Mas o chão de Ribeirão Preto tremeu de verdade quando MC Cabelinho subiu ao palco.
O show do funkeiro foi marcado por muita pirotecnia e animação da plateia. Um dos momentos mais marcantes da noite aconteceu quando ele homenageou a banda Charlie Brown Jr., cantando Céu Azul. Nesse instante, o público formou um coro emocionante e acompanhou Cabelinho do começo ao fim.
Na sequência, Planet Hemp, liderado por Marcelo D2, e Seu Jorge, em palcos diferentes, encerraram a noite com chave de ouro.
João Rock: o que mais rolou?
Apesar do nome, o João Rock abraçou diferentes gêneros musicais. Teve Carol Biazin representando o pop, Duquesa no rap, Maneva para os fãs de reggae, além dos artistas alinhados à proposta original do festival, como Barão Vermelho e School of Rock.
Para quem buscava atrações além da música, o evento ofereceu voo de balão, brinquedos de parque — como o tradicional samba —, roda-gigante, tirolesa e diversas ativações com brindes.
A estrutura, por sua vez, foi elogiável. João Rock manteve ótima organização, banheiros limpos, pontos de hidratação e boa mobilidade interna. O festival lança um desafio e comumentemente um alerta aos concorrentes, não só do eixo Rio-São Paulo, mas também do interior: fazer um evento de grande porte, como foi feito, com boa organizado, sem empurra-empurra ou acidentes estruturais.
A reportagem do Terra viajou para Ribeirão Preto para acompanhar o João Rock a convite da Eisenbahn*.
