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Danilo Caymmi volta à época dos festivais com 'Sabiá' e 'Caminhando' e fala sobre novo disco

Em 'Andança 5.5', o cantor e compositor interpreta canções apresentadas no final dos anos 1960; nesta entrevista, ele relembra os bastidores, fala de Milton e Nana e sobre a vida em Curitiba, onde, segundo ele, 'se tem churrasco ninguém ouve música, o que é ótimo'

29 jan 2024 - 20h10
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Não é à toa que Danilo Caymmi escolheu três canções finalistas do III Festival Internacional da Canção, realizado em 1968, para seu novo álbum, Danilo Caymmi - Andança 5.5, que chegou às plataformas no dia 26 de janeiro. Danilo estava lá, na histórica noite em que a grande vencedora foi anunciada, em um Maracanãzinho apinhado de gente que vaiou Sabiá, uma composição de Tom Jobim e Chico Buarque, interpretada pelas irmãs Cynara e Cybele.

A vaia doeu em muita gente. Danilo, à época estudante de Arquitetura, sabia que isso iria acontecer. Os diretórios centrais dos estudantes, os DCEs, já haviam combinado que qualquer escolhida que não fosse Caminhando (Pra Não Dizer que Não Falei de Flores), de Geraldo Vandré, mereceria o achincalhe público - mesmo que se tratasse de uma melodia de Tom Jobim e de uma letra, também política, de Chico. Aquela altura, o AI-5, ato que endureceu a ditadura militar, nem havia sido assinado.

Mas Danilo Caymmi - Andança 5.5 (55 são anos de carreira) não é um disco político. É um disco de intérprete que ronda o momento criativo dos festivais, sobretudo os de 1967 e 1968, nos quais Danilo, embora ainda estudante, já estava envolvido. Afinal, Andança, que ele compôs com Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, perdeu para Sabiá e Caminhando, mas ganhou o coração do público e consagrou a jovem intérprete Beth Carvalho.

O músico explica o que pretende com esse novo trabalho. "É um álbum focado na interpretação. Com uma liberdade muito grande. É gravado ao vivo, direto", explica Danilo. O que o músico quer dizer é que ele gravou a voz junto com o violão tocado por Flávio Mendes - em geral, os artistas gravam toda a base de instrumentos e colocam a voz em cima. Da maneira que Danilo fez, para ficar livre de qualquer amarra e poder cantar solto, se assemelha a uma apresentação ao vivo.

"As pessoas ficam emocionadas ouvindo. Essa coisa de você mexer dentro delas. Isso é muito importante para mim. Eu sinto falta de abordagens mais profundas nas canções que são lançadas atualmente", diz, tendo como referência o retorno que recebeu com single Travessia, lançado no dia 12 de janeiro.

Além da voz de Danilo e do violão de Mendes, o álbum recebeu o complemento de poucos instrumentos, como o violoncelo de Iura Ranevsky e a percussão de Armando Marçal, além das flautas, todas tocadas por Danilo.

Valoriza o silêncio e o frio da capital paranaense. Diz não sentir falta da agitação do Rio de Janeiro, onde viveu a maior parte da vida.

Danilo diz que, por ora, não tem inspiração para compor. Está com duas letras da compositora Ana Terra - como quem já fez canções como Pé Sem Cabeça e Cheiro Verde - para tentar musicar. "Fico olhando para o violão, ele fica olhando para mim... Mas, até o momento, não consegui fazer nada à altura das letras que ela escreveu", conta.

Estadão
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