Banda indie com 28 integrantes lança CD e quer vir ao Brasil
- Juliana Duarte
Administrar uma banda com poucos integrantes nem sempre é uma tarefa fácil. Agora imagine liderar um grupo com 28 pessoas, com personalidades e gostos musicais diferentes. Essa é a missão do sueco Emanuel Lundgren, à frente da banda I'm From Barcelona, um coral pop que conquistou seu lugar no cenário musical. Em entrevista ao Terra, o cantor, compositor e administrador dessa grande orquestra da música indie fala como é "reger" essa diversidade de estilos. "É muito bom fazer música com grandes amigos", diz.
O resultado dessa mistura está no quarto álbum da banda, Forever Today, que conta com dez faixas. As músicas foram inspiradas em jovens com 20 e poucos anos, em suas aventuras e dilemas. Todas foram escritas durante a turnê do segundo álbum, Who Killed Harry Houdini? em 2008. "Estamos muito felizes com o lançamento. Trabalhamos bastante para finalizá-lo. Foi a primeira vez que gravamos todos juntos, ao vivo. Antes tínhamos de fazer tudo em etapas", ressalta Lundgren.
O álbum foi gravado durante quatro dias em um restaurante à beira-mar. "Foi difícil reunir os 28, mas conseguimos", diz. As faixas têm uma batida a la rock dos anos 1950 e são perfeitas para colocar o volume lá em cima e cantar junto. A batida é alegre, perfeita para tocar em um dia ensolarado, como eles sugerem. "Essa é a grande sacada, queremos que os fãs façam parte da banda. Há espaço para todo mundo", comenta.
Charlie, primeiro single do disco, passeia discretamente pela mústica eletrônica, tem rimas fáceis e leves. Outro destaque é Battleship, que possui um caráter mais orquestral, caracteristica oferecida pela instrumentação e pelo coro de vocais. Já a música que leva o nome do álbum é mais triste - fala sobre uma desilusão amorosa.
Além das preferências distintas, os integrantes possuem diferentes profissões. A banda é composta por professores, designers, diretores de arte e até por um biólogo marinho. "É essa diversidade que me encanta", afirma Emanuel.
O grupo sai em turnê pela Europa, mas ainda não tem data prevista para fazer apresentações no Brasil. "Queremos muito! Conhecer o País é um dos nossos sonhos". Quando se fala em terras brasileiras, duas palavras vêm à cabeça do cantor: "Sepultura, uma das melhores bandas do mundo, e Rio. Queremos ver os dois quando estivermos por aí", avisa.
Como começou
A ideia surgiu durante o verão de 2005. Lundgren decidiu gravar as músicas que compôs, mas logo percebeu que seria chato fazer tudo sozinho. Ele não pensou duas vezes e decidiu convidar amigos para ajudá-lo. Muitos demonstraram interesse e não paravam de chegar. Resultado: a banda é hoje uma das mais numerosas do mundo. "Toda vez em que nos encontramos é uma grande festa. Nos damos muito bem, apesar das diferenças. Cada um tem um papel muito importante no grupo", comenta.
A próxima etapa foi escolher um nome de sucesso para a banda. Ao contrário do que muitos podem imaginar, nenhum integrante é de Barcelona. A ideia para o nume surgiu de uma série de TV britânica exibida nos anos 1970, chamada Fawlty Towers. No programa, havia um personagem divertido, o garçom espanhol Manuel. Ele tinha como bordão a frase "I'm from Barcelona". Lundgren gostou e adotou o nome.
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