O rebelde que virou mestre: 49 anos sem o lendário Bruce Lee

Por: Flipar / Flipar

20 jul 2022 - 12h51

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O dia 20 de julho marca a perda de um dos maiores nomes das artes marciais no mundo: Bruce Lee.
Foto: reprodução instagram brucelee / Flipar
Ele foi artista marcial, ator, diretor e produtor de cinema, roteirista, filósofo, autor e instrutor de lutas orientais.
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Desenvolveu uma filosofia influenciada pelo taoísmo, Jiddu Krishnamurti e budismo. Mas declarou que não tinha religião. Seguia preceitos filosóficos para sua vida.
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Sua origem oriental fez com que tivesse 3 nomes dependendo do local: Lee Jun-fan no chinês tradicional, Li Xiaolong em mandarim e Lei Siu-lung em cantonês. Na foto, ele em primeiro plano, com a família.
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Mas, diferentemente do que muitos pensam, Lee não nasceu na China. Ele é de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos. Seus pais integravam a ópera chinesa e estavam numa turnê quando o bebê não esperou mais para nascer.
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Bruce nasceu em 27/11/1940. Ganhou este nome da médica do hospital. O Lee era do pai, o cantor e ator Lee Hoi-cuen. O nome do bebê, Lee jun-fan, na pronúncia, significa "voltar de novo". É que sua mãe, Grace, queria retornar aos EUA futuramente.
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Logo depois, a família voltou para Hong Kong, que, naquela época, pertencia à Inglaterra. Era uma colônia britânica.
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A ligação de Bruce com as artes marciais começou por causa do seu temperamento brigão. Após se envolver em lutas na rua e na escola, Bruce foi levado por um amigo, William Cheung (os dois na foto), para aulas de Wing Chun.
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Seu mestre era um dos mais conceituados do mundo em artes marciais: Yip Man. Nascido em Foshan, na China, em 1/10/1893, Yip formou muitos lutadores notórios.
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Na foto, Bruce, aos 18 anos, é treinado pelo mestre Yip Man.
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A partir do Wing Chun ensinado por Yip Man, Bruce desenvolveu uma de suas principais heranças nas artes marciais: o inovador Jeet Kune Do.
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No Jeet Kune Do, Bruce aperfeiçoou técnicas tradicionais mesclando com outros estilos, como Kung Fu, Jiu Jitsu, Muay Thai, Krav Magá e Full Contact, e usando inclusive elementos do boxe e da esgrima.
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Bruce Lee foi o aluno de Yip que superou o mestre e que tornou-se famoso. Por um motivo: ele virou ator de sucesso.
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E o talento para a interpretação não surgiu na fase adulta. Ainda na infância, bem distante de Hollywood, ele já chamava atenção pela desenvoltura diante do público. Na foto, ele criança, de casaco xadrez, num filme.
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Aos 10 anos, ele estrelou, ao lado do pai, "The Kid", baseado num personagem de quadrinhos. Na foto, Bruce numa cena do filme.
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Quando completou 18 anos, Bruce já havia atuado em 20 filmes.
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Foi nesta época que, após uma briga feia, em que seu desafeto perdeu até um dente, Bruce foi incentivado pela mãe a voltar aos EUA para tentar outra vida. Ele foi morar com uma irmã, que estava radicada no país.
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Nos EUA, ele concluiu o ensino médio, ampliou o leque de artes marciais, participou de competições de lutas e passou a ser instrutor.
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Bruce Lee ficou conhecido por sua aptidão física e pelo desenvolvimento avançado dos músculos do corpo.
Foto: Concord Production wikimedia commons / Flipar
Os músculos abdominais eram os mais chamativos. Duros como pedra. Mas Bruce também tinha muita pegada com as pernas. Chutes potentes que derrubavam facilmente os adversários.
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Bruce treinou com tanto afinco e por tanto tempo que conseguiu imprimir uma força de 158 quilos num soco: a mesma do lendário pugilista Muhammad Ali. Detalhe: Ali pesava 107 kg e Bruce, 60 kg.
Foto: divulgação e domínio público Montagem Flipar / Flipar
Bruce conseguia, em velocidade, dar um soco que tinha o impacto de um carro a 50 km/h.
Foto: Shiloni wikimedia commons / Flipar
Mas, além de conquistar respeito nas artes marciais, ele levou esse talento para o mundo da interpretação, seguindo uma vocação já iniciada em Hong Kong. Bruce tornou-se o primeiro oriental a tornar-se um superastro do cinema a nível mundial.
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Nos EUA, primeiro ele fez TV. Foi Kato em "Besouro Verde", em 1966 e 1967.
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Em 1969, ele atuou no filme "Detetive Marlowe em Ação", no papel de Winslow Wong, ao lado do ator James Garner.
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Em 1971, fez a série "Longstreet", que teve 23 episódios. Ele estrelou ao lado de James Franciscus.
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Em 1971, estrelou "O Dragão Chinês", escrito e dirigido por Lo Wei. Um clássico das artes marciais que projetou Bruce Lee e o consagrou no telão.
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Em 1972, atuou em "A fúria do dragão". No filme, ele interpreta Chen Jun, que investiga a morte de um professor.
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Em 1972, também estrelou outro filme de sucesso: "O voo do Dragão".
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Em 1973, protagonizou "Operação Dragão". Na foto, ele luta com Chuck Norris, que era campeão mundial de karatê e fazia o seu primeiro papel importante no cinema.
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A partir daí, a saúde de Bruce começou a dar problemas. Ele chegou a desmaiar no set de gravação. Teve convulsões e dor de cabeça. Foi diagnosticado com edema cerebral.
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Bruce morreu em 20/7/1973, aos 32 anos. Na época, ele filmava "O jogo da Morte" (ator e diretor). Tinha gravado 100 minutos. O cineasta Robert Clouse, então, complementou o restante com dublês e o filme foi lançado postumamente, em 1978.
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No filme, ele contracena com Kareem Abdul-Jabaar, superastro do basquete, de 2,18m e 102 kg. Bruce tinha 1,72m e 60 kg.
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Bruce está enterrado ao lado do filho Brandon, no cemitério Lake View, em Seattle (EUA). O menino era filho de Bruce com a esposa, Linda Lee.
Foto: Tobie Charette wikimedia commons / Flipar
Brandon Lee nasceu em 1/2/1965 na Califórnia. Ele tinha 8 anos quando o pai morreu. Na foto, Bruce com Brandon no colo.
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Brandon virou ator e foi morto com um tiro acidental na barriga durante a gravação do filme "O Corvo" em 31/3/1993. Ele tinha 28 anos. Fez 6 filmes. Estava no auge da carreira.
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A arma cenográfica deveria ter bala de festim, mas havia duas balas na pistola. O ator Michael Massee deu o tiro em Lee, que morreu após 12 horas no hospital.
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A figura do Dragão chinês, presente na filmografia de Bruce, remete à mitologia chinesa. O dragão foi um dos quatro animais sagrados convocados por Pan Ku para a criação do mundo.
Foto: Shizhao wikimedia commons / Flipar
Bruce Lee tem uma estrela na concorrida Calçada da Fama de Hollywood.
Foto: Witchblue wikimedia commons / Flipar
Em Hong Kong, uma estátua instalada na Avenida das Estrelas em 2009, mantém viva a memória do astro que projetou o lugar para o mundo.
Foto: wikimedia commons / Flipar
Até hoje, Bruce Lee inspira uma legião de fãs não apenas em artes marciais, mas na preservação da forma física. O ator e mestre não consumia nada que não acrescentasse algum nutriente ao organismo. Era um adversário ferrenho da chamada "junk food", comida calórica e sem valor nutricional.
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Bruce Lee deixou como legado, além de sua arte, o seu pensamento: “Para mim, arte marcial em última análise significa expressar-se honestamente, o que é muito difícil”, disse.
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O rebelde que virou mestre: 49 anos sem o lendário Bruce Lee

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