Morre aos 89 anos Robert Redford, ícone do cinema que conseguiu ser muito mais do que um galã
O galã, ícone de muitas gerações, marcou profundamente a indústria cinematográfica americana
Morreu aos 89 anos o ator e diretor Robert Redford, ícone do cinema americano e fundador do Festival de Sundance, reconhecido por sua contribuição artística, engajamento social e ambiental, além de uma carreira marcante tanto nas telas quanto como cineasta.
Hollywood e fãs do cinema no mundo inteiro estão tristes. Morreu nesta terça-feira (16) em Utah, nos Estados Unidos, o ator Robert Redford, aos 89 anos. O galã, ícone de muitas gerações, marcou profundamente a indústria cinematográfica americana com suas atuações memoráveis e contribuições como fundador do Festival de Sundance.
Robert Redford morreu dormindo na manhã desta terça-feira "nas montanhas perto [da cidade] de Provo", disse sua agente, Cindi Berger, ao jornal The New York Times, sem especificar a causa da morte.
Nascido em um bairro popular de Santa Mônica, na Califórnia, em 18 de agosto de 1936, esse neto de irlandeses logo chamou a atenção da indústria cinematográfica com sua imagem: loiro, radiante, símbolo da juventude californiana. Com sua beleza e carisma únicos, brilhou nas telas do mundo inteiro durante seis décadas.
Grandes estúdios lhe ofereceram, ao longo da carreira, cerca de 70 papéis, com destaque para O Grande Gatsby (1974), Três Dias do Condor (1975), sempre inspirando simpatia, mesmo quando interpretava bandidos, como em Butch Cassidy e o Sundance Kid (1969). Foi neste faroeste de George Roy Hill que Redford tornou-se tão popular quanto seu prestigiado parceiro, Paul Newman.
Ele viveu outros personagens no limite da lei, como em Golpe de Mestre (1973) ou seu mais recente, O Cavalheiro com a Arma (2018), em que interpreta um assaltante habilidoso em organizar fugas.
Embora tenha recebido um Oscar em 2002 pelo conjunto de sua carreira, Robert Redford nunca foi premiado como ator por um filme específico. Várias de suas atuações, no entanto, receberam elogios. É o caso de filmes emblemáticos como Mais Forte que a Vingança (Jeremiah Johnson) , Palma de Ouro em 1972, Todos os Homens do Presidente (4 Oscars em 1977) e Entre Dois Amores, em que fez par com Meryl Streep (7 Oscars em 1986), que o consolidaram como o arquétipo do romântico ideal.
Além disso, Redford também consolidou aos poucos uma carreira como diretor de cinema, assinando filmes de sucesso, aclamados pela crítica, como "Gente Como a Gente" (1981), com o qual ganhou o Oscar de melhor diretor, "Quiz Show - A Verdade dos Bastidores" (1995), ou "Leões e Cordeiros" (2007).
Filantropo
Democrata convicto, defensor dos povos originários americanos e admirador das paisagens dos Estados Unidos, segundo muitos críticos, Robert Redford personificava um lado positivo do país. Ele também era ambientalista, filantropo, empresário, independente e próspero.
O ator foi fundador do Festival de Cinema de Sundance, que se tornou referência internacional para o cinema independente.
Robert Redford também teve presença marcante no cenário internacional. Ele participou do Festival de Cannes em diversas ocasiões, como em 2011.
O ator havia anunciado a sua aposentadoria das telas em 2018, aos 81 anos. Em 2019, foi homenageado pelo César, o Oscar francês, com um prêmio pelo conjunto de sua obra, reforçando seu prestígio global e a admiração da indústria cinematográfica europeia por sua trajetória.
Robert Redford também esteve engajado em causas ambientais e sociais, e na defesa da arte como instrumento de transformação.
Ao longo de sua carreira, Redford sempre buscou trilhar o seu próprio caminho, mantendo-se distante de Hollywood quando possível, mas aproveitando bem as oportunidades que teve para marcar a história do cinema americano para sempre.
(Com Agências)