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Integrante do sexteto diz que Jô Soares foi como um pai: "Me ensinou tudo"

O saxofonista Derico Sciotti, que atuou por quase 30 anos no programa de Jô Soares, se emocionou ao falar da morte do amigo

5 ago 2022 - 11h12
(atualizado às 12h18)
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O saxofonista Derico Sciotti, que atuou por quase 30 anos no programa de Jô Soares, se emocionou ao falar da morte do amigo
O saxofonista Derico Sciotti, que atuou por quase 30 anos no programa de Jô Soares, se emocionou ao falar da morte do amigo
Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal

Integrante do famoso grupo de músicos 'Sexteto', o saxofonista Derico Sciotti, que atuou por quase 30 anos no programa de Jô Soares, se emocionou ao falar da morte do amigo. O humorista e apresentador morreu na madrugada desta sexta-feira, 5, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

"É muito triste. Fiquei 28 anos lá, metade da minha vida trabalhando com o Jô. Tenho 56 anos e 28 foram trabalhando com ele, que é uma pessoa incrível. Foi uma espécie de um pai mesmo. Tive momentos maravilhosos com ele. Ele me ensinou tudo", contou Derico ao Bom Dia SP, da TV Globo.

O saxofonista Derico Sciotti, que atuou por quase 30 anos no programa de Jô Soares, se emocionou ao falar da morte do amigo
O saxofonista Derico Sciotti, que atuou por quase 30 anos no programa de Jô Soares, se emocionou ao falar da morte do amigo
Foto: RD1

"Comecei a trabalhar com ele aos 22 anos de idade e sai com 50 anos. A minha vida inteira passei ouvindo ele. Eu sentava naquela cadeira e via a história do Brasil e do mundo passar. O carinho e a generosidade dele são inesquecíveis", seguiu o músico.

Além de Derico, o chamado 'Sexteto de Jô' era formado pelos músicos Chiquinho Oliveira (trompete), Miltinho (baterista), Bira (baixo), Tomati (guitarra) e Osmar Barutti (piano).

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A história de Jô Soares

José Eugênio Soares nasceu em 16 de janeiro de 1938. Ele estudou em Lausanne, na Suíça. Pensava em ser diplomata e aprendeu várias línguas, o que lhe deu sólida formação cultural e intelectual. Viu televisão pela primeira vez em 1952, nos Estados Unidos, e começou a trabalhar no veículo seis anos depois, aos 20, escrevendo e atuando nas peças policiais de TV Mistério, programa da TV Rio protagonizado por Paulo Autran, Tônia Carrero e Adolfo Celi.

Mas só seria apresentado ao público como comediante pouco tempo depois, na TV Continental, e a capacidade de fazer rir o levaria a todos os canais de TV do Rio de Janeiro na época. Em 1960, substituiria José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, a convite do próprio, na redação do Simonetti Show, da TV Excelsior.

Já na Record, em 1966, escrevia e atuava no lendário Família Trapo, sitcom que depois inspiraria tantas outras e faria a glória de Ronald Golias, Renata Fronzi, Renato Corte Real e Zeloni, além do próprio Jô. Depois de ensaiar por algumas vezes sua saída da Record, Jô estrearia na Globo em 1970.

"Eu queria um programa de humor com uma nova cara", relata Boni, ex-chefão da emissora, em seu livro de memórias, O Livro do Boni. E continua: "Tinha um nome pronto na cabeça: 'Faça Humor, não faça a guerrra'. Havíamos contratado também o Renato Corte Real e o incluímos no projeto. As reuniões se sucederam com o Augusto César Vanucci, o Jô, o Renato, o Haroldo Barbosa, o Max Nunes e o João Lorêdo."

O horário era o das noites de sexta, na vaga que antes cabia a Dercy Gonçalves. E, se Dercy alcançava, naquela época, 60% dos lares com televisão, Jô bateu nos 70% e Boni foi celebrado até pelo patrão, Roberto Marinho. Faça Humor, não Faça a Guerra ficou por três anos no ar e foi substituído por Satiricom, que durou mais três anos, sucedida por Planeta dos Homens, que seguiu liderando a audiência pelos cinco anos seguintes.

Foi em 1981, ainda segundo o próprio Boni, que Jô sugeriu que já fosse hora de ter um programa todo seu. Nasceu daí o Viva o Gordo, que lançou personagens lendários, alguns deles atuais mesmo hoje. Com maquiagem e figurino a caráter, Jô fez barulho como o Capitão Gay e Norminha, entre outros. 

Entre idas e vindas da Globo, Jô voltou para a emissora de vez em 2000, com o talk show que tinha no SBT, mas com estrutura melhor de cenário e equipe. Levou com ele seu quinteto, que anos depois se tornaria sexteto, os diretores Diléa Frate e Willen Van Verelt, e, de novo, Max Nunes, amigo que perdeu em junho (2014).

Desde sempre, sua trajetória televisiva foi acompanhada de expediente permanente no teatro, dirigindo outros ou, durante um bom tempo, montando seus próprios espetáculos, precursores que foram - no caso dele e de Chico Anysio - dos chamados stand up de hoje. 

Também se debruçou sobre a produção literária, ao criar livros como O Astronauta Sem Regine, O Xangô de Baker Street!, que virou filme, O Homem que Matou Getúlio Vargas e Assassinato na Academia Brasileira de Letras. Esteve em clássicos do cinema como "O Homem do Sputnik (!959), de Carlos Manga, ao lado de Norma Bengel. 

*Com informações de Estadão Conteúdo.

Fonte: Redação Terra
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