Ex-BBB foragido do 8 de janeiro passou por 5 países e diz ter conseguido asilo político na Europa
Participante da 1ª edição do reality da Globo, Adriano Castro, o Didi Red Pill, reclama de deputados de direita que teriam negado ajuda
Exibido entre janeiro e abril de 2002, o ‘Big Brother Brasil 1’ teve como vilão o então artista plástico Adriano Luiz Ramos de Castro, de Salvador, Bahia.
Sem papas na língua, estrategista e provocador de intrigas, ele foi o sexto eliminado com 74% dos votos.
Corta para 2025. Agora é conhecido como Didi Red Pill e está com 56 anos.
Segundo a Agência Pública, há um mandado de prisão contra ele emitido em 6 de julho de 2023 pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, referente ao inquérito do 8 de janeiro.
“Ex-BBB que inventou o termo ‘paredão’ participa dos atos golpistas em Brasília’, afirmou ‘O Globo’ em manchete do dia seguinte à depredação dos palácios.
Roteiro de foragido
Em vídeo gravado em Paris e postado no canal dele no YouTube em agosto, Didi contou detalhes da fuga às pressas do Brasil.
“Saí pelo Paraguai, mais ou menos uma semana depois do 8 de janeiro. Peguei um voo para a Colômbia. Depois fui para Costa Rica, Panamá, Alemanha e Polônia.”
O apresentador Alexandre Pittoli perguntou se ele já estava sendo procurado naquela data. “A ordem de prisão veio meses depois. Eu sempre estive um passo à frente, ou dois, da Polícia Federal”, respondeu o youtuber.
Na conversa, ele exibiu um passaporte. Afirmou que o documento é emitido pela Polônia a quem consegue o asilo político. “A ditadura do Brasil não pode me tocar, ninguém pode me tocar. Significa minha carta de alforria, minha liberdade.”
O ex-BBB explicou o motivo da escolha pela Polônia, no leste europeu. “Um país que sofreu com o comunismo, bastante católico, conservador, fui para o lugar certo.”
Revanche contra políticos
Adriano Castro define-se como “jornalista perseguido”. Afirmou nunca mais ter se encontrado com a mãe, o irmão e a sobrinha após sair do Brasil.
Reclamou da falta de apoio de políticos quando pediu cartas de recomendação para apresentar ao órgão de imigração polonês ao longo do processo de solicitação de asilo político.
“Alguns negaram, outros me enrolaram”, disse. “Alguns deputados que ficam arrotando aí que são amigos dos patriotas, que lutam pelos presos políticos, eles não assinaram. Os nomes deles vão aparecer perto das eleições, não vou deixar esses caras se criarem em cima dos patriotas.”
Atuando por mais sanções
Didi Red Pill continua a militar pela direta no YouTube e em página no Instagram, onde exalta o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em vídeo, o ex-BBB revelou a intenção de circular por países da Europa para conseguir apoio de parlamentares contra o ministro Alexandre de Moraes e outras autoridades envolvidas na punição aos réus do 8 de janeiro.
“Eu me sinto aqui, mal comparando, o que Eduardo (Bolsonaro) e Paulo Figueiredo fizeram lá atrás (nos Estados Unidos), plantando a sementinha, trazendo documentos, mostrando isso, mostrando aquilo”, afirma. “Quem sabe daqui dois anos, a União Europeia também não sanciona esses caras?”